Paulo Jorge dos Santos Futre nasceu a 28 de Fevereiro de 1966 no Montijo. Em 1978 mostrou os primeiros sinais do seu imenso talento jogando futebol de cinco pelo Cancela do Montijo num torneio realizado em Alvalade. De tal modo brilhou que foi convocado para competição similar em Rocheville – França, de lá voltando com o título de melhor jogador. No Aeroporto da Portela estava Aurélio Pereira à sua espera para o convidar para ir para o Sporting. O acordo foi fácil e assim se começava a lapidar o diamante… Aos 15 anos já era profissional de futebol (nunca ninguém o fôra tão cedo) e vivia no Centro de Estágio de Alvalade para evitar as viagens de barco para os treinos.

Nas camadas jovens era um verdeiro fenómeno e em Alvalade esperava-se “tudo” dele. Estreou-se oficialmente (sob o comando de Jozef Venglos) a 28 de Agosto de 1983 (com 17 anos) na 1ª jornada do Campeonato frente ao Penafiel. Ao intervalo havia 0-0, o miúdo entrou e o jogo terminou com 5-1! Marcou o 1º golo a 20 de Novembro de 1983 num Sporting-Portimonense (3-0).

Venglos apreciava as suas qualidades mas era algo conservador na sua utilização. Não foram raras as vezes que Futre (à vista de todos, um predestinado) saltava do banco e transformava as partidas, mas era raríssimo fazer os 90 minutos… O Sporting acabou por nada ganhar, e quando todos esperavam que o “génio” “expodisse” definitivamente na temporada seguinte, começou a aventar-se a hipótese de Futre ser emprestado! (por opção do novo treinador, John Toshack). Entretanto o jovem extremo-esquerdo recebeu uma proposta magnífica do FC Porto e pediu para falar com os responsáveis leoninos. Perante uma sugestão de ganhar mais ou menos um terço do que os portistas lhe pagavam, Futre recebeu a resposta de que “era maluco” – um dos maiores erros de gestão desportiva dos tempos do presidente João Rocha. Desencantado acabou por rescindir por “razões psicológicas” (um subterfúgio possível na altura) e rumou ao Norte.

Totalizou 28 jogos e 3 golos pelo Sporting. O seu último jogo pelo clube realizou-se a 14 de Abril de 1984 perante o Estoril (2-1).

A sua restante carreira foi o que todos sabem. Ganhou tudo no FC Porto (onde em 1987 foi considerado o 2º melhor jogador da Europa) e fez depois 6 anos no Atlético Madrid onde não chegou a ser campeão (mas onde se tornou um verdadeiro ídolo). Depois foi um périplo de curtas estadas (e muitas lesões) por Benfica, Marselha, Reggiana, AC Milan (ganhou a Série A), West Ham e Yokohama Flügels.

Foi 41 vezes internacional marcando 6 golos e um dos jogadores com um futebol mais entusiástico do futebol mundial. Utilizava a sua rapidez e magnífica técnica para criar o pânico nas defensivas contrárias. Era portentoso nas assistências mas também fazia golos com alguma regularidade.

Depois abraçou o cargo de Diretor Desportivo nos madrilenos, ajudando o clube a voltar à 1ª divisão espanhola. Nas eleições do Sporting em 2011 foi anunciado como “homem forte” para o Futebol da lista encabeçada por Dias Ferreira. O “grande homem”, como Futre o trata, não ganhou as eleições, mas Paulo Futre readquiriu uma notoriedade incrível no nosso país, ele que foi seguramente um dos melhores futebolistas portugueses de sempre.

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