Jérémy Mathieu nasceu a 29 de Outubro de 1983. Começou a jogar futebol no Saint-Sauveur e depois no Froisdeconche. Com 13 anos foi para o FC Sochaux, estreando-se pela equipa principal com 18, e assumindo de pronto a titularidade! Passou depois pelo Toulouse (4 épocas), Valência (onde o treinador Ernesto Valverde o transformou num excelente defesa central – até aí era habitualmente lateral esquerdo) e FC Barcelona (onde integrou uma equipa que conseguiu entre 2014 e 2015 ganhar consecutivamente o Campeonato de Espanha, a Taça do Rei, a Liga dos Campeões, a Supertaça Europeia e o Mundial de Clubes, falhando apenas a Supertaça de Espanha, uma competição que viria a vencer em 2016, depois de já ter ganho mais um Campeonato e uma Taça do Rei, prova que venceria pela 3ª vez consecutiva em 2017).
No início de Julho de 2017 foi autorizado a treinar durante as férias com o Sporting e poucos dias depois assinou um contrato de 2 épocas por cerca de 4 milhões de euros com uma cláusula de rescisão de 60 milhões.
Estreou-se oficialmente a 6 de Agosto (a par de Piccini, Fábio Coentrão, Bruno Fernandes, Acuña e Battaglia), com o treinador Jorge Jesus, numa deslocação à Vila das Aves a contar para a 1ª jornada do Campeonato Nacional (triunfo por 2-0). Fez o 1º golo a 16 de Setembro, no Alvalade, frente ao Tondela (2-0).
Apesar de ter estado em bom nível em termos individuais, a equipa não funcionou (ainda que o plantel fosse muito rico e com grandes nomes). Triunfou apenas na Taça da Liga (nos penaltis, perante o Vitória de Setúbal – onde foi um dos melhores da equipa) e perdeu a final da Taça de Portugal frente ao Desportivo das Aves, dias depois da tão propalada “invasão a Alcochete”, após a qual foi dos mais discretos e não avançou para a rescisão do contrato, como muitos outros. Nessa 1ª temporada somou 48 presenças oficiais e 3 golos.
Na temporada seguinte (2018/19), as coisas começaram em turbilhão, com uma Comissão Administrativa liderada por Sousa Cintra a tentar recuperar alguns dos jogadores que tinham rescindido. No comando técnico, José Peseiro não teve sucesso, Tiago Fernandes esteve apenas transitoriamente e o holandês Marcel Keizer (uma contratação surpresa do entretanto indigitado novo presidente – Frederico Varandas) tomou conta da equipa em finais de Novembro com resultados imediatos. Para surpresa de muitos, o Sporting conquistou a Taça da Liga e a Taça de Portugal, derrotando em ambas as ocasiões o FC Porto, de Sérgio Conceição, nos penaltis. Entretanto, no Campeonato, e tal como na época anterior, não se conseguiu melhor que o 3º lugar. Com uma dupla consolidada ao lado de Coates no centro da defesa, o central francês realizou 33 jogos oficiais e marcou 3 golos.
Finalmente, em 2019/20 (uma época estranha, interrompida entre Março e Junho devido à COVID-19), Mathieu, já com 36 anos, esteve a um nível altíssimo (apesar da irregularidade da equipa) a ponto de, por exemplo, Bruno Fernandes ter dito que o francês era o melhor defesa-central com quem alguma vez tinha jogado.
Uma lesão grave no joelho num treino perto do final da temporada (na qual somou 25 jogos oficiais e 3 golos) pôs-lhe fim à carreira (o francês optou por não passar por um longo processo de recuperação), numa altura em que as coisas estavam mais ou menos alinhavadas para que continuasse a jogar mais 1 ano…
Marcou pela última vez a 9 fevereiro (2-1 ao Portimonense no Alvalade) e fez o jogo derradeiro a 18 de Junho, também no Alvalade, perante o Tondela (2-0 – já com o treinador Rúben Amorim).
Totalizou assim 3 temporadas, 106 jogos oficiais e 9 golos na equipa leonina. Ganhou 1 Taça de Portugal e 2 Taças da Liga.
Deixou a imagem de um defesa-central inteligente, com ótima capacidade de desarme, que sabia sair a jogar como ninguém e que marcava livres-diretos com mestria. Em suma, um dos melhores de sempre na sua posição com a camisola verde e branca, com a qual se tornou um ídolo para muitos!
Tempos depois de se ter retirado, afirmou: “eu preciso de um pouco de afeto. No Sporting tive-o, no Barcelona, nem uma palavra”. Marcantes foram também as suas declarações (sobretudo para quem ganhou tudo o que ganhou com o Barcelona) quando referiu que o momento mais marcante da sua carreira foi a conquista da Taça de Portugal em 2019 (onde, nos festejos, apareceu a chorar como que libertando uma enorme tensão acumulada com um grande objetivo cumprido).
Foi 5 vezes internacional A por França.