28 de Agosto de 2021. No Estádio do Restelo, numa tarde de sol, jogou-se a 6.ª Supertaça de Futebol feminino. Frente a frente Sporting (agora treinado por Mariana Cabral) e Benfica, os dois velhos rivais (também no futebol feminino) para uma partida de início de temporada aguardada com enorme expectativa.

No seu jogo oficial de estreia enquanto treinadora da equipa principal feminina, Mariana Cabral colocou as contratações Doris Bacic, Melisa Hasanbegovic, Diana Silva e Brenda Pérez no onze inicial. A nível tático, as leoas jogaram com uma linha de três defesas, uma novidade em relação a 2020/2021.

As duas equipas começaram algo tímidas no ataque. O primeiro remate à baliza foi do Benfica, mas Doris Bacic defendeu com facilidade. A guarda-redes croata teve algum trabalho no 1º tempo, mas respondeu às tentativas de Cloé Lacasse e de Ana Vitória com excelentes intervenções que seguraram a baliza leonina. Do outro lado, destaque para uma oportunidade para Marta Ferreira, que aproveitou um erro adversário e o facto de a guardiã do SL Benfica estar mal posicionada para atirar para golo, mas a bola falhou o alvo.

A entrada para a metade final não podia ter sido melhor. Logo aos 51 minutos, Diana Silva fez uma bela jogada pela esquerda do ataque com uma arrancada impressionante e, aproveitando o bom trabalho de Marta Ferreira a arrastar a defesa, descobriu Brenda Pérez no coração da área – a espanhola, com grande classe, rematou colocado para o fundo das redes – explosão de alegria no Estádio do Restelo (dos muitos sportinguistas presentes).

O 1-0 motivou as leoas, que continuaram a pressionar para chegarem perto da baliza das águias. Brenda Pérez tentou o bis de longe, sem sucesso, e Diana Silva também procurou faturar. Aos 67 minutos o Benfica desperdiçou uma boa oportunidade de golo por Ana Vitória, que rematou por cima.

Mariana Cabral mexeu pela primeira vez aos 69 minutos, colocando Neuza Besugo no lugar de Joana Martins, e voltou a fazê-lo já nos dez minutos finais, quando Joana Marchão substituiu Marta Ferreira. Esta última troca revelou-se bastante acertada, dado que, logo a seguir, a camisola 5 intercetou um passe errado da guarda-redes benfiquista e, com grande classe, rematou para golo – 2-0 e festa ainda maior, com a certeza de que a Supertaça estava cada vez mais perto.

Até ao final, Brenda Pérez saiu ovacionada para Ana Teles se estrear de leão ao peito e o Sporting CP acabou mesmo por vencer o eterno rival, amealhando o 1º título de 2021/2022.

Com este triunfo o Sporting CP passou a ser o único clube detentor de 2 Supertaças (a 1ª tinha sido em 2017).

A equipa: Doris Bacic, Melisa Hasanbegovic, Carolina Beckert, Alicia Correia, Ana Borges, Fátima Pinto, Andreia Jacinto, Joana Martins – Neuza Bezugo 69, Brenda Pérez – Ana Teles 89, Diana Silva e Marta Ferreira – Joana Marchão 84.

Suplentes não utilizadas: Carolina Jóia, Bruna Lourenço, Rita Fontemanha e Inês Gonçalves.

Mariana Cabral analisou o desafio e não poupou os elogios às suas atletas: “O mais especial foi ver a forma como elas se comportaram, como se uniram como equipa, independentemente de serem da formação, de já cá estarem ou não. Todas tiveram um papel muito importante, um coletivo muito coeso. Todas colocaram o grupo à frente e quando elas acreditam juntas as coisas ficam mais fáceis (…) Tenho de lhes agradecer a elas por tudo o que fizeram, assim como às jogadoras que estavam cá na época passada e à Profª Susana Cova. É graças a elas que estamos aqui hoje” – entretanto houve uma invasão da sala de conferência de imprensa – “Estou satisfeita porque ganhámos o troféu, mas ainda falta fazer muita coisa. Foram 7 semanas de muito trabalho, mas estamos a construir um grupo novo com formas de atacar e defender novas. Vamos ajustando consoante os testes que vamos fazendo e o feedback delas. Temos muitas coisas para melhorar, nada está acabado (…) O Sporting CP é um clube muito grande que ganha troféus em todas as modalidades e não merecia ter o futebol feminino sem ganhar troféus durante 3 anos. Há um ADN Sporting para implementar (…) A partir de agora, veremos o que vai acontecer. O que posso acontecer é que vamos ter um Sporting CP que vai querer dominar em todos os jogos. Vai saber atacar e vai saber defender. Tivemos hoje uma equipa muito madura nesse aspecto (…) Foi uma entrada normal num jogo decisivo. Temos um troféu em disputa e a estamos a construir uma equipa nova. (…) Ao intervalo, foi o que foi (risos). O mérito é delas, que foram muito maduras. Souberam sofrer quando tinham de sofrer e aproveitámos as oportunidades que tivemos. Acho que merecemos a vitória”.

Também Diana Silva, que regressou ao Sporting CP este Verão, marcou presença na conferência de imprensa e destacou o espírito de equipa: “Demos tudo até ao fim e quando assim é conseguimos resultados desta dimensão. É incrível conseguir um título assim, perante uma equipa super-competente. Sabiamos que iamos cometer alguns erros e ceder algumas oportunidades. O objetivo era, por isso não ir abaixo e lutar até ao fim (…) O regresso dos adeptos sabe muito bem.O futebol não é igual sem público. A emoção não é a mesma e nós sentimos isso lá dentro. Foi especial voltar a ter os adeptos cá e poder retribuir”.

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