18 de Março de 2000. O Sporting-FC Porto, à 26ª jornada do Campeonato Nacional, e com os leões a 2 pontos de distância dos penta-campeões nacionais, poderia ser praticamente decisivo para o título (caso os portistas vencessem) ou dar uma reviravolta total nas contas da prova (caso triunfassem os leões).

Augusto Inácio escalou a seguinte equipa: Schmeichel; César Prates, Beto, André Cruz e Rui Jorge; Vidigal e Duscher; Mpenza (De Franceschi), Pedro Barbosa (Toñito) e Edmilson (Bino); Acosta.

O jogo foi quezilento, algo faltoso, tal qual uma final que decidiria o Campeonato. Na 1ª parte ambas as equipas se mostraram algo nervosas, mas foi o Sporting a procurar assumir o comando das operações desde bem cedo. Aos 16 minutos os leões beneficiaram dum livre-direto. Com a concentração habitual, André Cruz (um dos melhores cobradores de faltas da História do clube) executou de forma irrepreensível, e o delírio tomou conta de Alvalade, numa noite em que numa faixa da Juve Leo se podia ler: “2000 – o ano que mudou o mundo”.

Os 20 minutos seguintes foram equilibrados, com o FC Porto a tentar reagir e o Sporting a procurar contrariar os intentos adversários. Aos 37 minutos Secretário passou mal uma bola para o meio. Acosta apossou-se do esférico, caminhou uns metros e desferiu um remate potentíssimo, sem hipóteses para Vítor Baía. Era o 2-0 (foto).

O Sporting tranquilizou-se com a vantagem e no 2º tempo poderia ter conseguido um resultado mais dilatado, apesar da nobre reação dos portistas. Por duas vezes Acosta teve novo golo nos pés, mas Baía primeiro e alguma inépcia depois obstaram a que ele surgisse. Depois foram Edmilson, de cabeça, e César Prates, na conversão dum livre-direto, a estarem muito próximo do golo. A anulação (bem) dum golo a Jardel (a bola foi-lhe passada já fora das quatro linhas), levou a que rolassem as cadeiras da bancada onde estavam os adeptos portistas, para além das expulsões de Fernando Santos e Domingos do banco de suplentes.

Perto do fim Pedro Barbosa foi claramente abalroado na área portista mas Isidoro Rodrigues nada marcou. Em suma, vitória certa do Sporting, apesar dum tiro ao poste de Capucho e de algumas boas intervenções de Schmeichel. Contabilizando as oportunidades perdidas, ainda assim, o Sporting ficou claramente a ganhar.

O treinador Inácio estava feliz no final: “A 1ª parte foi muito faltosa com o jogo a ser sistematicamente interrompido, mas conseguimos marcar 2 golos. O André Cruz deu uma boa resposta àqueles que já o criticavam. Eu sabia que ele é um jogador com grande potencial na marcação de livres, durante toda a semana trabalhou muito este tipo de lances. Depois o Acosta fez um golo de matador, e no 2º tempo estivemos muito bem, demos espetáculo e criámos oportunidades face a um FC Porto que se mostrou um pouco atarantado. Toda a gente está ansiosa com a perspetiva de chegarmos ao título. Chego a receber cartas e faxes de adeptos a dizer que os filhos ou os netos ainda não viram o Sporting campeão. Precisamos de controlo máximo para conseguirmos os nossos objetivos”.

Sóbrio, como sempre, o presidente José Roquette afirmou: “Foi uma vitória merecida, pois o Sporting foi a melhor equipa em todos os setores. Somos os líderes do Campeonato, o que é uma grande embalagem. Acredito que até ao final vamos justificar a liderança”. Assim foi!

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