25 de Março de 1984. Ambiente frenético no Campeonato do Mundo de Crosse no hipódromo de New Jersey nos Estados Unidos. A seleção nacional conseguiu um magnífico 3º lugar. Com 37 anos de idade, Carlos Lopes obteve uma estrondosa vitória, 8 anos depois do seu 1º triunfo, em Chepstown.

No final, perante o batalhão de jornalistas das mais diversas nacionalidades, o “velho leão” surpreendeu afirmando: “Foi fácil! Fiz por me manter sempre no grupo dos primeiros, e como estava com força, arranquei no momento ideal. Sei que não sou especialista nos últimos quilómetros e por isso tive de dar, momentos antes, um esticão. Não é difícil vencer atletas mais novos do que eu porque treino-me tanto e tão duramente como eles. A única diferença é que sei esperar pelas ocasiões certas devido à minha experiência”.

Depois perguntaram-lhe o que fazia para além do Atletismo, ao que respondeu: “Trabalho num banco”. Apercebendo-se dos sorrisos de dúvida dos seus interlocutores disse baixinho para Carlos Cardoso (vice-presidente da Federação Portuguesa de Atletismo) que o traduzia: “Se os outros dizem que são polícias ou estudantes ou engenheiros ou doutores, digo-lhes que trabalho num banco…” Questionaram-no então sobre o que fazia no banco: “Muitas coisas, que me dão muito trabalho. Passo 24 horas por semana no meio daqueles papéis todos”, murmurando novamente para Cardoso: “Não trabalho nada mas faz de conta”.

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