Manuel Passos Fernandes nasceu a 26 de Março de 1922 no Machico – Ilha da Madeira. Começou a jogar futebol muito miúdo, mostrando grande habilidade, e aos 15 anos recebeu os primeiros convites de clubes do Funchal, optando pelo União da Madeira.

Aos 18 anos ingressou na CUF (onde lhe arranjaram um emprego) e começou logo a ser um dos preferidos dos adeptos pela sua fibra de grande lutador. Com pouca experiência de vida e algo instável  “perdeu-se” nas noites de Lisboa, e quando Cândido de Oliveira o pretendeu convocar para a seleção nacional adoeceu e teve de ser internado no sanatório do Caramulo. Esteve lá 1 ano, e quando regressou a Lisboa tinha engordado 22 kg!

Só 6 anos depois o seu médico, José Maria Antunes, o deu como curado e foi aí que se ofereceu ao Sporting com a garantia de que se a doença voltasse não receberia um tostão do clube. Por compaixão aceitaram-no e em boa hora o fizeram.

Estreou-se oficialmente pelo clube de Alvalade com 26 anos (sob o comando de Cândido de Oliveira), a 19 de Setembro de 1948, no Atlético CP-Sporting (0-3) da 1ª jornada do Campeonato Nacional. Nessa 1ª época jogou pouco, mas a partir do ano seguinte ganhou um lugar na equipa como defesa/médio centro, que manteve por longos anos.

Apesar de não ser muito dotado tecnicamente, Passos era um futebolista tremendamente esforçado, que evoluiu muito com a experiência acumulada. Em 1953, por exemplo, numa deslocação do Sporting ao Brasil, os brasileiros ficaram deslumbrados com o futebol do médio leonino mas o presidente António Ribeiro Ferreira recusou uma oferta de 500 contos pelo seu passe.

A sua personalidade fez dele o capitão do Sporting durante vários anos.

Despediu-se (do Sporting e do Futebol) a 17 de Março de 1957 numa deslocação ao Barreirense (1-2) da 25ª jornada do Campeonato Nacional, mas a sua festa de homenagem decorrera logo no início dessa época, a 2 de Setembro, num magnífico Sporting-FC Porto, que os leões venceram por 4-3 depois de terem estado a perder por 3-0.

De verde e branco permaneceu durante 9 temporadas, nas quais realizou 226 jogos oficiais e marcou 1 golo – esse momento histórico aconteceu a 15 de Janeiro de 1956 numa receção à CUF para o Campeonato (3-0). Ganhou 5 Campeonatos Nacionais e uma Taça de Portugal.

17 vezes internacional, nunca na sua vida desportiva foi expulso.

Morreu a 10 de Janeiro de 1980.

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