5 de Novembro de 2024. 4ª jornada da Fase de Grupo da Liga dos Campeões. No José Alvalade, perante 47.453 pessoas, o Sporting (a fazer uma bela prova, com 2 triunfos e 1 empate) recebia o Manchester City, para muitos considerada a melhor equipa de futebol do Mundo.

O jogo tinha ainda o facto de ser o último em “casa” de Rúben Amorim (e restante equipa técnica) como treinador leonino. Qual seria o epílogo?

Antes do início, Diego Capel passeou-se no relvado, onde foi aplaudido. Depois, 1 minuto de silêncio pelas vítimas das cheias em Valência.

A equipa: Franco Israel; Debast, Diomande e Matheus Reis (St. Juste 75); Geovany Quenda (Eduardo Quaresma 86), Hujlmand, Morita (Daniel Bragança 75) e Maxi Araújo (Geny Catamo 75); Trincão (Harder 88), Gyokeres e Pote.

Esta noite acabou por ter um enredo de filme. Seria difícil escrever uma prosa mais emocionante e com um final a condizer.

Antes do início, Ruben Amorim foi homenageado no relvado com um quadro entregue pelo Presidente Frederico Varandas. Na altura ouviu-se um enorme aplauso para o treinador, dum Estádio completamente lotado.

O jogo começou, e logo de forma penosa para a nossa equipa. Os ingleses tomaram conta da bola. Os leões corriam atrás, desgastavam-se, e viam jogar. Aos 5 minutos, erro na saída de Morita, Phil Foden ganha a bola e dispara colocado inaugurando o marcador – 0-1!

O Sporting não teve capacidade de reação. Ainda assim, aos 9 minutos, Pote lança Gyokeres de forma perfeita. O sueco isola-se, mas tenta um chapéu a Ederson que sai muito baixo e fácil para o guarda-redes… será que este goleador só é bom para Ligas menores? (pensaram para si os observadores).

O Manchester City continuava a dominar claramente, num lance até foi Gyokeres a salvar em cima da linha uma tentativa de Haaland, noutras duas o magnífico Franco Israel a mostrar o seu alto nível…

Aos 38 minutos, finalmente, um pouco do Sporting a que estamos habituados. Hujlmand passou para Quenda que lançou primorosamente Gyokeres. O sueco galgou ao seu estilo, aguentou a pressão de Akanji e bateu com categoria Ederson picando a bola! Era o 1-1… inesperado, valha a verdade.

Até ao intervalo, o “nosso” Matheus Nunes obrigou Israel a uma boa intervenção, mas o Sporting já mostrava outra disposição.

A 2ª parte foi um “conto de fadas”. Logo na saída de bola, bom lance de Pote, que arrancou do meio campo defensivo, combinou com um colega e lançou Maxi Araújo na esquerda, que se desmarcou muito bem e bateu Ederson (pelo meio das pernas) à saída deste – 2-1!

Logo a seguir, 48 minutos, penalty sobre Trincão. Gyokeres bate forte e colocado – 3-1!! O Alvalade começou a acreditar que era possível vencer o jogo desta noite depois daquela 1ª parte tão difícil.

Aos 65 minutos, remate de Bernardo Silva contra o braço de Diomandé. Foi uma intervenção completamente involuntária mas o braço estava afastado do tronco e impediu o normal curso da bola. Penalty bem assinalado (com  intervenção do VAR) e remate fortíssimo de Haaland… à trave! Tudo corria de forma perfeita!

O Sporting defendia de forma incrivelmente solidária perante o futebol rendilhado do City e conseguia aguentar a vantagem.

78 minutos. Pote lança Gyokeres de forma perfeita. O atacante ainda dribla Ederson mas depois não conseguiu marcar perante os vários defesas contrários. Na sequência do lance, insistência do Sporting e raça incrível de Geny, que ganha um penalty por falta cometida por Matheus Nunes. Gyokeres voltou a não perdoar atirando forte e colocado (desta vez Ederson adivinhou o lado) – 4-1!

O impensável estava a acontecer. O Sporting vencia claramente o Manchester City numa noite absolutamente incrível no Alvalade.

Até final o City tentou de todas as formas e feitios, mas o Sporting defendeu sempre muito bem, de forma muito atenta e “apaixonada” – vários cortes e intervenções foram festejadas pelos jogadores leoninos (à moda do Futsal).

O último apito do competente alemão Daniel Siebert iniciou um fim de festa memorável, com uma volta olímpica dos jogadores, sempre com Rúben Amorim (empurrado por Morita) em posição de destaque, saboreando as vénias e os aplausos dos adeptos do Sporting, que, muitos deles, podendo não estar de acordo com o “timing” da saída, não deixaram de reconhecer o trabalho maravilhoso que o técnico que vai agora para o Manchester United fez.

Amorim e a sua esquipa técnica ainda passaram pelo túnel dos “calduços” e o técnico ainda foi projetado no ar pelos seus jogadores.

Se fosse um filme, seria difícil imaginar um enredo mais apaixonante do que a sequência dos acontecimentos reais deste noite no Estádio José Alvalade!

Post to Twitter

Content Protected Using Blog Protector By: PcDrome.