17 de Maio de 2025. 49.154 espectadores pagantes. Última jornada da Liga Portuguesa de Futebol. Após uma penúltima ronda imprópria para corações frágeis onde Sporting (se ganhasse) e Benfica (se ganhasse por 2 golos de diferença) se sagrariam campeões, e onde se verificou um empate a uma bola na Luz, os leões tinham agora a hipótese de fechar uma época muito atípica (com 3 treinadores e inúmeras lesões) com a conquista do tão desejado Bicampeonato, que já não acontecia desde 1952!
Após uma semana de muita ansiedade, o Sporting tinha no José Alvalade tudo a seu favor, apesar de o Vitória precisar do resultado para entrar nas Competições Europeias. Bastava aos leões fazer o mesmo resultado do Benfica, que ao mesmo tempo jogava em Braga.
Num ambiente incrível, Rui Borges escalou a seguinte equipa: Rui Silva; Eduardo Quaresma, Diomande (St. Juste 25) e Gonçalo Inácio; Geny Catamo (Fresneda 89), Morita (Geovanny Quenda 77), Debast e Maxi Araujo; Trincão (Harder 89), Gyokeres e Pote (Matheus Reis 89).
Faltava o capitão Hujlmand (castigado com um amarelo na Luz), para além dos lesionados de longa duração Nuno Santos e Daniel Bragança (ambos importantíssimos na equipa, mas agora também muito importantes do lado de fora).
O jogo começou algo tenso. Muitos esperavam um Sporting triturador logo nos primeiros minutos para decidir tudo rapidamente, mas, se era essa a intenção, não foi concretizada. É verdade que o Sporting entrou dominador (e assim esteve todo o jogo) mas notava-se uma certa tensão. Com muitas paragens na parte inicial, o jogo teve a sua 1ª oportunidade aos 9, num canto de Trincão para cabeceamento de Gonçalo Inácio ao lado (chegou a dar a sensação de golo!). Aos 16, bom lance de Catamo e Gyokeres a conseguir rematar – mas ao lado.
Ao minuto 23 duas incidências importantes: Diomande teve que sair após um choque momentos antes com um adversário (entrou St. Juste) e o Braga tinha um penalty frente ao Benfica – que concretizou! Respirava-se melhor no Alvalade!
O Sporting continuava a porfiar (sempre com Gyokeres muito ativo). Aos 39 minutos, após um canto a favor, St. Juste foi completamente barrado na área contrária mas nada foi assinalado. Aos 42, erro de Varela e o golo quase a surgir após um cabeceamento cheio de intenção de Maxi. Em cima do intervalo (já depois dum golo do Santa Clara – notícia muito má para o Vitória – que agora tinha que ganhar), Varela fez excelente intervenção negando o golo a Gyokeres.
O intervalo chegou com 0-0 e o Benfica a perder em Braga – ou seja, as coisas estavam relativamente bem encaminhadas mas longe de estarem decididas. Esperava-se agora o tal Sporting triturador no início do 2º tempo.
E o Sporting entrou mesmo mais forte. Logo aos 49 minutos, canto de Debast e Morita, em excelente posição, a cabecear por cima (golo à vista!…) Aos 55 minutos, momento de “explosão” no Alvalade! Quaresma, bem a seu jeito, progrediu com bola criando desequilíbrio. Debast recebeu ameaçou o remate, mas preferiu colocar em Maxi na esquerda que assistiu de primeira Pote para um remate também de primeira, absolutamente sublime, que ainda bateu no poste e entrou sem hipóteses para Varela. Foi um golo “à Pote”, uma espécie de passe colocadíssimo para a baliza!
Aos 61 minutos o Vitória teve o seu melhor e único lance de perigo em todo o jogo, mas Nélson Oliveira não chegou a tempo para o cabeceamento. Logo a seguir, jogada primorosa de Geny, bem ao seu estilo, a fletir da direita para dentro e a estourar no poste contrário – dava um golaço!…
Entretanto o Benfica empatou em Braga (seria o resultado final) e os sportinguistas pediam o 2º golo para dar descanso ao coração. Aos 83 minutos, excelente lance individual de Gyokeres, a fintar 2 adversários, a enganar Varela e a concretizar! Foi a autêntica loucura no José Alvalade! Até final ainda podíamos ter aumentado a contagem numa partida que fica para a História. O Sporting sagrava-se Campeão Nacional pela 25ª vez após um Campeonato em que venceu os 11 primeiros jogos (até à saída de Rúben Amorim), depois perdeu 2, venceu 1 e empatou outro com João Pereira (criando-se aí uma dúvida enorme), e depois estabilizou (não sem alguns percalços – mas sem derrotas) com Rui Borges, “cortando a meta” no 1º lugar.
Depois foi a festa total, no relvado e fora dele, ao longo do que restava do dia e da noite do Estádio para o Marquês de Pombal! No Estádio chamaram muito a atenção as lágrimas de Gyokeres (nunca publicamente ninguém o tinha visto assim), soando a despedida após 2 anos absolutamente notáveis que, aconteça o que acontecer, deixam o sueco como um dos melhores da nossa História!
Agora vem a Taça de Portugal, 1 semana depois, onde a nossa equipa vai tentar a “dobradinha” perante o grande adversário da temporada, o Benfica.