Armando Silva Marques nasceu a 1 de Maio de 1937 em Carnaxide. Cedo mostrou um talento inato no Tiro com armas de caça (mas também teve algum destaque na Natação e no Pólo Aquático).

Em 1963 conquistou o seu 1º de muitos titulos nacionais, o de Fosso Universal, que repetiu no ano seguinte, ao qual juntou o ceptro máximo em Fosso Olímpico, que viria a repetir por 14 vezes até 1982 (com uma impressionante série de 11 títulos consecutivos de 1969 a 1979!). Em Skeet Universal triunfou por 4 vezes, e em Percurso de Caça por 6. Em Carabina Livre, posição deitado, foi Campeão Nacional em 1971 e 1973, o que dá um total impressionante de 28 Campeonatos Nacionais (só a título individual, havendo que acrescentar diversas conquistas coletivas). Para além disso ainda triunfou por duas vezes na Taça de Portugal de Tiro ao Vôo e por uma na Taça de Prancha.

Se a nível nacional Armando Marques se distinguiu desta forma impressionante, não menos de salientar foi o seu percurso internacional. Em 1964 estreou-se nos Jogos Olímpicos, em Tóquio, onde alcançou um mediano 18º lugar. 12 anos depois, nos Jogos de Montreal, surgiu o ponto mais alto da sua brilhantíssima carreira ao conquistar a medalha de prata na especialidade de Fosso Olímpico, pondo fim a um longo jejum de medalhas para Portugal desde a subida ao pódio da Vela em 1960. No Canadá, Marques poderia ainda ter sido mais feliz. A luta pelo ouro foi titânica, com chuva e vento a prejudicar a missão dos atiradores. O norte-americano Donald Haldeman acabou por vencer à tangente, mas Armando Marques teve de disputar um desempate com o italiano Ubaldesco Baldi para o 2º lugar. O português, mostrando um sangue-frio que já lhe era habitual fez 25 tiros certeiros no mesmo número de tentativas, merecendo do seu adversário o comentário: “Ele é de ferro, não abala. É seráfico como um menino de coro”.

O governo português agraciou-o com a Medalha de Mérito Desportivo a 4 de Agosto de 1976, e no ano seguinte Armando Marques voltou a brilhar ao sagrar-se vice-campeão mundial, apesar de continuar a treinar pouco, pois a gerência duma casa de pneus não lhe deixava muito tempo livre. Marques provou aí que a medalha olímpica não acontecera por acaso, afirmando que este resultado tinha ainda mais valor pois estavam mais atiradores em competição.

Mas os feitos do sportinguista não ficaram por aqui. Em 1985 foi 2º na Taça do Mundo de Tiro aos pombos e 2 anos depois sagrou-se vencedor na Taça da Europa de Tiro às Hélices, fechando assim com “chave de ouro” um percurso brilhante.

Em 2006, com 69 anos, ainda teve tempo para se sagrar campeão da Europa e do Mundo de Fosso Universal na categoria de super veteranos!

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