30 de Abril de 1995. A 4 pontos do FC Porto à entrada da 30ª jornada do Campeonato Nacional de Futebol, o Sporting deslocou-se à Luz onde era obrigatório ganhar. Carlos Queiroz escalou a seguinte equipa: Costinha; Nélson, Marco Aurélio (Nuno Valente 21), Naybet e Vujacic; Carlos Xavier e Filipe (Sá Pinto 55); Yordanov, Figo e Amunike; Balakov.

O jogo teve um início “eletrizante”. O Sporting entrou no Estádio da Luz com a vontade de resolver rapidamente o assunto com uma tática algo diferente da habitual, na qual Yordanov e Amunike atacavam pelos flancos, Figo e Balakov pelo meio. Com golos de Balakov aos 8 minutos (excelente execução num chapéu a Preud`homme) e Yordanov aos 11 (num belo remate), os leões ganharam um vantagem muito importante, quase decisiva.

Aos 18 minutos, numa grande embrulhada, Marco Aurélio pelo Sporting e João Pinto pelo Benfica lesionaram-se e tiveram de sair, tendo os locais pouco depois reduzido, por Dimas. O Sporting sentiu então algum perigo e recuou, talvez em demasia. Até ao intervalo o Benfica esteve por cima, mas sem nunca criar oportunidades claras para marcar.

Com a entrada de Sá Pinto nos primeiros minutos do 2º tempo, a equipa do Sporting reequilibrou-se pois o irrequieto atacante pôs constantemente em sentido a defensiva contrária enquanto Carlos Xavier tomava para si os cordelinhos do jogo (e que bom ele era nisso…) Para Jorge Coroado (o árbitro) este foi um jogo muito difícil, com 3 expulsões (Veloso, Naybet e Cannigia) entre os 73 e os 81 minutos. No final o Sporting venceu com naturalidade pois fez uma boa demonstração do poderio do seu futebol, bem mais consistente que o dos pupilos de Artur Jorge – embora os encarnados também tivessem criado diversas oportunidades de golo.

Apesar de não poder contar com Oceano, Carlos Queiroz urdiu uma táctica cuidadosamente preparada que derrotou o Benfica e poderia tê-lo feito de forma mais clara não fosse uma certa tremideira, já habitual, numa equipa que não vencia um título há tantos anos… Yordanov foi uma das grandes figuras da partida na sua melhor época de verde e branco vestido. Costinha, Naybet, Carlos Xavier, Filipe e Sá Pinto também realizaram portentosas exibições.

Para Carlos Xavier: “O jogo correu-me bem mas joguei em prol da equipa, que é o que interessa. Os nossos golos surgiram numa excelente altura mas não cairam do céu, foram fruto da nossa excelente entrada em jogo. Aliás, não podemos ser acusados de ter tido sorte, pois numa altura em que dominávamos completamente o Marco Aurélio lesionou-se e isso mexeu muito no equilíbrio da equipa”.

Para o presidente Sousa Cintra: “Foi uma grande e justíssima vitória do Sporting, que teve um sabor especial por ter sido no Estádio da Luz e por ter sido o meu último derby como presidente. A minha esperança no título saiu reforçada”.

Na jornada seguinte, tudo se jogava em Alvalade frente ao FC Porto, mas a turma de Bobby Robson viu premiado o seu futebol defensivo, de constantes perdas de tempo e muita “manha”, acabando por triunfar por 1-0 e acabando com as ilusões do título para os verde e brancos…

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