Júlio Barreiros Cardoso de Araújo nasceu a 11 de Julho de 1891. Começou muito cedo a praticar os mais variados desportos como Hóquei em Campo, Atletismo, Ténis, Natação e Futebol (onde nunca chegou à equipa principal mas foi capitão das 3ªs categorias).

Presidente do Sporting por duas vezes (entre Julho de 1922 e Julho de 1923, e entre Julho de 1924 e Janeiro de 1925), foi um trabalhador incansável que figura hoje-em-dia como um dos mais brilhantes dirigentes com que o clube pôde contar (apesar do pouco tempo em funções efetivas).

Em 1916 já fazia parte dum núcleo duro de personalidades que se opunha a José Alvalade quando este, no cumprimento do sonho de construir o Stadium de Lisboa, prejudicava as instalações leoninas. Alguns anos mais tarde, quando se vivia uma fase de algum marasmo no clube pós-guerra 14-18, foi ele que deitou mãos a um elaborado trabalho que continha estatutos assentes em novas bases e regulamentos que marcaram o efetivo ressurgimento do Sporting Clube de Portugal.

Já em 1922 Júlio de Araújo teve a ideia de criar um Boletim do Sporting com a ideia de “bater e rebater”, nas próprias palavras do seu ideólogo, uma imprensa lisboeta dominada pelo “Sport Lisboa” – um jornal que na prática era do Benfica, mas com informações gerais e que se arrogava de ser para todos os desportistas.

A sua presidência foi decisiva no aumento da massa associativa leonina, que passou de 300 sócios a mais de 3.000, o que consolidou marcadamente o clube. A ele também se deveu a construção do Posto Náutico na doca de Alcântara a partir duma ideia de António Soares Junior. Aliás, as instalações do clube eram uma das suas principais preocupações.

Com ele na liderança o futebol do Sporting alcançou o seu 1º título de Campeão Nacional, bem como o 4º título de Campeão de Lisboa – na 1ª época (1922/23) em que os leões ganharam oficialmente tudo o que havia para ganhar, sob o comando de Augusto Sabbo. Para além disso conseguiu resultados interessantes frente a equipas europeias credenciadas como os 3-1 frente aos húngaros do III Ker Besirk TVE, o 3-3 com os checos do Nuselsky, os 3-1 com os franceses do FC Cette e sobretudo os 4-2 perante os afamados húngaros do Szombathely AC.

Em Janeiro de 1925 demitiu-se devido a alguma turbulência interna, mas deixou o clube com saúde financeira – atestada pelo saldo de mais de 114 contos.

Foi “Sócio Benemérito” (em 1923), Prémio Stromp “Dedicação do ano” (1967) e “Leão de Ouro com Palma” (em 1968).

Morreu em 1977 (era o sócio nº 19) após uma vida inteira em que acompanhou sempre muito de perto o Sporting.

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