12 de Maio de 1932. Neste dia disputou-se no Estádio do Lumiar um Sporting-Benfica para a penúltima jornada da 2ª fase do Campeonato de Lisboa. A vitória era essencial às duas equipas para conseguirem lutar com o Belenenses pelo título.
Este foi um dos jogos mais violentos de sempre entre os 2 velhos rivais, que seria recordado por muitos anos. Arthur John, o treinador sportinguista, escalou a seguinte equipa: Dyson; Jurado e Jorge Vieira; Carlos Rodrigues, Varela e Abelhinha; Mourão, Abrantes Mendes, Luis Gomes, Valadas e Eduardo Mourinha.
O jogo começou logo com dureza excessiva e grande parte do tempo foi passado com os jogadores em atos absolutamente à margem das regras do futebol. Uma agressão de Vítor Silva (o mais violento dos homens em campo, e constantemente interpelando o árbitro) a Jorge Vieira não foi punida, Varela ía distribuindo “fruta”, e os ânimos exaltavam-se cada vez mais. O intervalo não acalmou os jogadores apesar de poder dizer-se que só houve futebol nos primeiros 10 minutos da 2ª parte.
Os leões venceram por 1-0, golo bem marcado por Abrantes Mendes de livre perto da área, aos 33 minutos de jogo. O Sporting foi sempre mais perigoso, mais equipa, justificando plenamente a vitória. A partida foi uma nódoa a manchar os pergaminhos dos dois grupos. Segundo o jornal O Século: “Certo era perderem os dois, que deviam mostrar mais consideração pelos espetadores que, atiçados, lutavam por todos os cantos. O terreno parecia um campo de batalha”.
Jurado, Abelhinha, Valadas, Abrantes Mendes e Mourão foram os melhores sportinguistas no terreno de jogo onde proliferou a violência, gestos obscenos, vinganças, caça ao homem e tudo o que há de pior. No final restou a consolação aos leões de ficarem eles com o ónus de disputar o título ao Belenenses!
Este foi também o último jogo oficial da longuíssima carreira de Jorge Vieira (foto), um verdadeiro símbolo do Sporting.