29 de Maio de 1982. O Campeonato estava ganho. Após uma carreira sem grandes dificuldades na Taça de Portugal, o Sporting encontrou na final do Jamor o Sporting de Braga, treinado por Quinito (que surpreendeu ao apresentar-se de fraque creme e laço castanho, em contraste com as “mangas de camisa” de Allison). A equipa leonina: Meszaros; Ademar, Bastos, Zezinho e Inácio; Virgílio (Menezes); Lito, Oliveira e Marinho (Nogueira); Manuel Fernandes e Jordão.

O início da partida não foi brilhante. Ambas as equipas pareceram entrar um pouco receosas, apesar de ser desde logo o Sporting a mais dominadora. Aos 37 minutos o Sporting fez o 1º golo. Jordão conseguiu, pela direita, levar a bola até à linha final centrando depois com boa conta para o interior da área onde surgiu Oliveira a finalizar com categoria, de cabeça. Com este golo muito mudou pois os bracarenses tornaram-se mais afoitos, chegando inclusivamente a criar algumas sensações de perigo junto da área leonina.

Aos 56 minutos a entrada de Nogueira revitalizou (e de que maneira) o futebol da equipa sportinguista, que atingiu então momentos muito positivos, equivalentes ao melhor que a equipa fizera durante a temporada e que a tornara campeã nacional. Assim, aos 67 minutos os leões ganharam alguma tranquilidade com o 2-0. Num livre direto, frontal à baliza de Valter, quando todos esperavam o remate de Oliveira, Manuel Fernandes atirou de surpresa, sem balanço, e Valter nem se mexeu – um golaço. 4 minutos depois Lito fugiu em grande velocidade pela esquerda, centrou bem para Jordão, que fintou um adversário e rematou com grande classe para o fundo das malhas. A 4 minutos do fim, a centro de Nogueira vindo da direita, Oliveira segurou com o peito e deixando a bola cair rematou com força obtendo mais um golo extraordinário. Os últimos 25 minutos foram, de facto, o melhor que a partida teve, com o Sporting a puxar dos seus galões.

Perto do fim, uma brincadeira que definia o modo de ser Allison. Na altura duma substituição mandou mostrar a placa com o número 9, e quando o capitão Manuel Fernandes já desesperava por não poder ir erguer a Taça, virou-a para o número que realmente pretendia, o 6.

Ao fim dos 90 minutos, de salientar as prestaçãoes do “trio maravilha” constituído por Oliveira, Manuel Fernandes e Jordão, que mais uma vez foi decisivo. No entanto, as prestações de Lito e dos centrais Zezinho e Bastos também foram muito elogiadas, para além, claro, da excelente entrada de Nogueira em jogo.

O capitão Manuel Fernandes, quando chegou à tribuna para receber a taça despiu a camisola e ofereceu-a ao presidente João Rocha. Todos repararam no seu bonito gesto, que explicou assim: “O presidente mereceu esta minha oferta. Tem-nos acompanhado nos bons e nos maus momentos. Quando perdemos vai à cabina e moraliza-nos, chega inclusivamente a fazer vento com a toalha para nos refrescar. Quis retribuir-lhe porque considero que ele foi um dos grandes obreiros da nossa vitória. Esta foi a minha 1ª dobradinha, e por isso estou muito feliz. O jogo foi muito disputado e só a partir do 2º golo a partida abriu e encontramos fatalmente o caminho da baliza”.

O Sporting conseguiu aqui, pela 5ª vez, a conquista do Campeonato Nacional (16º) e Taça de Portugal (11ª) na mesma temporada.

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