10 de Junho de 1956. Neste dia foi inaugurado o Estádio Alvalade de 2ª geração. Logo em inícios de Dezembro de 1955 o Sporting abrira a chamada “campanha do cimento”, anunciando que a construção do novo Estádio Alvalade necessitaria de 120.000 sacos, cerca de 6 milhões de quilos! Apelou-se então a todos os sportinguistas, com o “slogan” de que o novo Estádio seria de todos. Editaram-se 10.000 cadernetas duma tonelada e outras tantas de meia tonelada, para um total de 9.000 contos. 6 meses depois a obra estava feita. Terra de Olímpia veio de avião até Madrid e depois num cortejo de mais de duzentas vespas até Alvalade onde, de forma emocionada, foi colocada.

O Sporting associou as festas do seu cinquentenário ao evento, e nunca se vira em Portugal semelhante manifestação clubista. Nesse 10 de Junho, milhares e milhares de pessoas acorreram. De Goa, África, todos os pontos do Continente, uns para assistir outros para participar no desfile, todos para tomarem parte na inauguração do Estádio Olímpico do Sporting. Estiveram também os delegados ao congresso da FIFA de mais de meia centena de países, o chefe de Estado português, ministros e altas individualidades da nação.

Desde as 11 horas que as vastas arquibancadas estiveram cheias de gente. No momento de começar o Festival o majestoso estádio apresentava um aspeto imponente e admirável. Quando o ministro da educação nacional (em nome do Chefe de Estado) declarou o Estádio inaugurado, ouviu-se uma estrondosa salva de palmas logo seguida do barulho ensurdecedor dos morteiros. O Chefe de Estado desceu depois à pista e colocou no estandarte do Sporting as insígnias da Ordem do Mérito Desportivo, e pouco depois, já no camarote presidencial, condecorou José Travassos com a medalha de Mérito Desportivo e ainda o empreiteiro Alves Ribeiro e os seus mais diretos colaboradores nesta obra.

Depois, cerca de 3.000 atletas desfilaram, pertencendo, obviamente, o maior contingente ao Sporting com cerca de 900. Atletas femininos – 72, atletas das filiais – 78, Ginástica – 60, Iniciação Desportiva – 84, Natação – 12, Basquetebol – 78, Voleibol – 48, Atletismo – 120, Ténis – 12, Badminton – 3, Ténis de Mesa – 24, Bilhar – 12, Tiro – 24, Motorismo – 18, Ciclismo – 24, Cicloturismo – 30, Campismo – 24, Futebol – 84, Andebol – 66, Râguebi – 42 e Hóquei em Patins – 36. O Belenenses, com 300 atletas, foi a 2ª coletividade com maior presença. O porta-estandarte do Sporting foi o antigo atleta e dirigente Joaquim Oliveira Duarte e a escolta de honra foi formada por Oliveira Martins, João Francisco Maia e Afonso Salcedo.

No jornal “A Bola” referiu-se que: “O parque de jogos, quando completo, comportará um campo de treinos relvado, outro pelado para andebol, râguebi, etc. com a respetiva bancada, 1 rinque de patinagem, 3 campos de voleibol, 2 de basquetebol, 7 de ténis e badminton, uma piscina com as dimensões máximas, 1 tanque-escola de remo, 1 ginásio coberto e 1 parque infantil.

Para a festa ficar completa não poderia faltar o tradicional jogo de futebol que sempre abrilhanta estas ocasiões. Em compita estiveram um Sporting algo diferente da sua formação normal e o Vasco da Gama, do Brasil. O Sporting alinhou com: Carlos Gomes; Caldeira e Pacheco; Cabrita (Sp. Covilhã), Falé (Lusitano) e Juca; Hugo (Rocha), Vasques, Miltinho, Imbelloni (sem clube) e Martins (Quim, depois Jorge Mendonça).  Juca, que foi um dos melhores em campo, marcou involuntariamente o 1º golo no novo Estádio, a favor do Vasco da Gama. Miltinho, muito batalhador, fez os 2 golos do Sporting, que acabou por perder por 3-2. Refira-se ainda que o Estádio do Sporting foi o 1º em Portugal com iluminação para jogos noturnos.

vídeo

Post to Twitter

Content Protected Using Blog Protector By: PcDrome.