11 de Junho de 1922. Para resolver uma situação estranha, que era a falta duma competição de âmbito nacional, a União Portuguesa de Futebol decidiu avançar com a organização do 1º Campeonato de Portugal. Devido a dificuldades organizativas, a UPF considerou apropriado juntar numa final os vencedores dos campeonatos regionais de Lisboa e Porto, deixando de fora outras campeões como o do Algarve ou o da Madeira, entre outros. Houve protestos de muitas bandas, discutiu-se largamente a questão, mas a realização duma final entre lisboetas e portuenses seria também uma forma considerada adequada de tentar terminar com as quezílias entre as suas cidades, pois os problemas e lutas de poder poder-se-iam resolver dentro do campo de futebol. A cidade “invicta” exultou com a notícia do evento, enquanto em Lisboa a notícia só agradou aos adeptos leoninos, tendo os outros (compreensivelmente) alheado-se da final…
A 1ª mão da final (disputada em duas partidas, por pontos) realizou-se no Porto, no Campo da Constituição. Em ambiente efervescente, os portistas triunfaram por 2-1.
Nesse 11 de Junho, em Lisboa, também perante uma assistência numerosíssima nas bancadas e camarotes, e com um árbitro espanhol de nome Montero, os leões (sob o comando de Augusto Sabbo) subjugaram o seu adversário triunfando por 2-0 (resultado escasso para o futebol produzido) com golos de Henrique Portela (foto de arquivo) e Torres Pereira. Essa foi, portanto, a 1ª vitória do Sporting num jogo a contar para o Campeonato de Portugal e também a 1ª vitória em jogos oficiais frente ao FC Porto.
Como a prova era decidida por pontos, foi necessário realizar-se a finalíssima, na qual o Sporting partia com favoritismo. Curiosamente, iniciava-se assim uma longa e curiosa tradição de finalíssimas disputadas entre Sporting e FC Porto, que tiveram de recorrer a este método mais tarde em Taças de Portugal e Supertaças. Refira-se ainda que, no jogo decisivo, disputado (por sorteio) no Campo do Bessa (no Porto), os nortenhos triunfaram por 3-1 após prolongamento.