Paulo Jorge Gomes Bento nasceu a 20 de Junho de 1969 em Lisboa. Começou por jogar futebol no Palmense, mas foi já como senior, ao serviço do Futebol Benfica, que foi “descoberto” por João Alves e contratado pelo Estrela da Amadora. No clube da Reboleira cometeu a proeza de ganhar uma Taça de Portugal e rapidamente chegou ao Vitória de Guimarães onde se tornou internacional. Depois esteve 2 anos no Benfica (onde também ganhou uma Taça), emigrando mais tarde para o Oviedo onde permaneceu 4 anos e se tornou uma figura muito respeitada por “nuestros hermanos”.

Chegou ao Sporting no Verão de 2000, já com 31 anos, e estreou-se oficialmente a 13 de Agosto de 2000 (com Augusto Inácio) num empate nas Antas (1-1) para a Supertaça. Nessa 1ª temporada ganhou rapidamente um lugar na equipa constituindo um verdadeiro “pulmão” no meio campo e atuando em 37 jogos – ganhou a Supertaça.

Na temporada seguinte (com Laszlo Bölöni) formou com Rui Bento a dupla que permitia o equilíbrio à equipa que se tornaria campeã e venceria a Taça de Portugal, deixando espaço aos principais talentos (como João Pinto, Pedro Barbosa, Quaresma ou Jardel) para jogarem sem grandes preocupações defensivas.

Em 2002/03 voltou a ganhar a Supertaça,numa equipa para a qual as coisas correram mal coletivamente, mas na qual o centrocampista voltou a jogar com grande regularidade. A época que se seguiu foi a sua última como futebolista profissional. Apesar de ter feito apenas 14 jogos mostrou todas as suas qualidades, mas já estava com 34 anos… A conferência de imprensa da sua despedida como profissional foi carregada de emoções. Alinhou pela última vez de verde e branco (tal como João Pinto – que no seu caso prosseguiu a carreira) a 9 de Maio de 2004 na última jornada do Campeonato (triunfo em Guimarães por 2-0).

Fez um total de 125 jogos oficiais pelo Sporting marcando 3 golos. Ganhou 1 Campeonato Nacional, uma Taça de Portugal e duas Supertaças. Foi por 35 vezes internacional A, estando presente nas fases finais do Europeu de 2000 e Mundial 2002. Deixou em Alvalade uma excelente imagem como futebolista, pois sempre se mostrou um centrocampista versátil, com grande “pulmão”, boa capacidade de passe e organização do jogo da equipa.

Abandonada a carreira de futebolista em Alvalade passou diretamente para treinador dos Juniores, pelos quais se sagrou Campeão Nacional em 2004/05. A época 2005/06 (sob o comando de José Peseiro) começou muito mal. A equipa patenteava uma irregularidade enorme, e Paulo Bento foi chamado em Outubro para treinador principal, estreando-se com um empate em Barcelos frente ao Gil Vicente (2-2). Logo aí promoveu a estreia de André Marques, mostrando que um dos seus objetivos seria o lançamento de jovens provenientes da cantera leonina. A equipa melhorou claramente, terminando o Campeonato em 2º lugar. João Moutinho afirmava-se cada vez mais (num processo que já vinha de Peseiro) e Nani começou a jogar com regularidade. Entretanto, outros jovens como Tomané ou David Caiado também se estrearam mas acabaram por não “vingar”. Por outro lado, se uns futebolistas (como Anderson Polga ou Ricardo) atingiram uma bitola não antes vista no clube, outros como Beto ou Carlos Martins foram “desaparecendo”.

Em 2006/07 promoveu o lançamento de Miguel Veloso, Rui Patrício e Pereirinha. Rodrigo Tello transformou-se para melhor, e a 1ª conquista surgiu com o triunfo na Taça de Portugal (1-0 ao Belenenses). No campeonato ficou em 2º a 1 ponto do Porto…

Em 2007/08 venceu a Supertaça e a Taça de Portugal (ambas frente ao FC Porto de Jesualdo Ferreira, de quem se tornou uma espécie de “besta negra”). Os leões chegaram ainda à final da 1ª Taça da Liga mas perderam nos penaltis frente ao Vitória de Setúbal (de Carlos Carvalhal) após uma exibição medíocre.

No ano seguinte voltou a triunfar na Supertaça (perante o Porto), mas ficou marcado pelas goleadas sofridas perante o Bayern Munique (0-5 e 1-7) para a Liga dos Campeões. No Campeonato ficou a 4 pontos do Porto e perdeu a final da Taça da Liga para o Benfica (“e sobretudo para o árbitro Lucílio Baptista…”).

2009/10 foi a sua última temporada como treinador do Sporting, cargo que abandonou em Novembro após uma longa sequência de futebol entediante e resultados insuficientes, sendo substituído por Carlos Carvalhal. Orientou pela última vez a equipa a 5 de Novembro de 2009 numa receção ao FK Ventspils para a Liga Europa (1-1).

Após 5 épocas à frente da equipa leonina tornou-se o 2º treinador com mais títulos no clube (4, a par de Cândido de Oliveira), o 2º com mais jogos realizados (194), o 2º com mais vitórias (117) e o 2º com mais golos marcados (311).

Após um período sabático assumiu o comando da Seleção Nacional (em Setembro de 2010), com resultados muito positivos. Ainda assim não deixou e deixa de criar alguma surpresa aos sportinguistas o facto de Paulo Bento ter apostado na Seleção em homens de quem tinha abdicado no Sporting, como Carlos Martins ou Silvestre Varela. Por outro lado, Paulo Bento afirma agora que um treinador deve adaptar a sua tática às caraterísticas dos jogadores que tem, quando todos nos lembramos que em Alvalade nunca teve essa postura, insistindo permanentemente num 4-4-2 losângo sem extremos quando tinha vários futebolistas com caraterísticas de extremo no seu plantel – que foi acabando por dispensar… No entanto, a verdade é que hoje em dia Paulo Bento é considerado um dos treinadores mais credenciados do nosso país, apesar de ter saído da Seleção Nacional sem glória… Depois treinou sem sucesso o Cruzeiro de Belo Horizonte do Brasil e a seguir foi campeão grego com o Olympiacos, passando depois para a Seleção da Coreia do Sul – onde tem obtido bons resultados.

PAULO BENTO como treinador do SPORTING
ÉPOCA J V E D GM GS % TÍTULOS
2005/06 32 22 7 3 51 18 79,7
2006/07 42 27 10 5 73 25 76,2 TP
2007/08 56 31 12 13 91 49 66,1 TP – ST
2008/09 46 30 8 8 72 44 73,9 ST
2009/10 18 7 9 2 24 16 63,9
TOTAL 194 117 46 31 311 152 72,2 2TP – 2ST

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