27 de Junho de 1954. Culminando aquela que foi talvez a mais brilhante de todas as carreiras na Taça de Portugal feitas pelo Sporting (eliminando Benfica, Porto e Belenenses), os leões encontraram na final o Vitória de Setúbal.

Sob o comando de Jozef Szabo – que ganhou aí o seu último troféu – de 12 – como treinador leonino (Tavares da Silva era o Secretário Técnico – uma espécie de manager), o Sporting alinhou com: Carlos Gomes; António Lourenço e Galaz; Janos Hrotko, Gonçalves e Juca; Galileu, Vasques, Martins, Travassos e Fernando Mendonça.

Valha a verdade que o Sporting não fez uma exibição muito conseguida, o que já era normal nas vésperas das partidas para longínquas paragens (seguir-se-ía uma gloriosa digressão a África). Os leões até entraram bem no jogo, com tranquilidade, enquanto os sadinos marcavam homem-a-homem jogando de forma muito aguerrida.

O Sporting dominava quando abriu o ativo aos 14 minutos. Travassos fez um passe de grande visão em profundidade (bem ao seu estilo) para Vasques que se conseguiu isolar e bater Baptista.

O Vitória respondeu de pronto, a partida ganhou até uma certa virilidade, mas foi o Sporting a voltar a marcar, aos 18 minutos, após uma boa corrida de Martins, que passou atrasado para Fernando Mendonça fazer o 2-0. O Vitória ficou algo perturbado mas acabou por assentar jogo e responder convenientemente.

Enquanto o Sporting se parecia poupar à sombra da vantagem alcançada, os sadinos reduziram aos 24 minutos por Soares na sequência dum pontapé de canto. O Vitória mais se moralizou perante alguma apatia leonina, e poucos minutos depois duma bela intervenção de Carlos Gomes chegou o empate, de novo por Soares, aproveitando um erro de Janos e uma saída a destempo do guardião verde e branco.

O intervalo chegou com um empate, e tudo era de esperar… O Sporting entrou melhor no 2º tempo, talvez atiçado pelos golos setubalenses. Após bela jogada de Galileu, Vasques desperdiçou o ensejo, mas bastaram 7 minutos de jogo para os leões se colocarem de vez na frente. Numa bola vinda da direita, Fernando Mendonça desmarcou-se rematando de baixo para cima e obtendo um belo golo. O Vitória tentou então por todos os meios responder, mas tanto a sua qualidade de jogo como o seu poder físico eram notoriamente insuficientes para incomodar seriamente o Sporting.

O jogo acabou por ser algo enfadonho até final. Por um lado o Sporting estava satisfeito e deixava “correr o marfim”, por outro o Vitória era impotente para dar a volta à situação. Ao cabo dos 90 minutos vitória leonina por 3-2, juntando assim a conquista da Taça de Portugal à do Campeonato Nacional.

As declarações de Vasques, no final, não poderiam ser mais eloquentes daquilo que se passou realmente: “Foi o pior jogo que o Sporting realizou no decorrer desta Taça mas mesmo assim vencemos com toda a justiça. Quando o resultado se encontrava em 2-0 a minha equipa baixou de rendimento porque nos convencemos que o resto do jogo seria fácil…”

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