2 de Julho de 1984. Nesse dia Fernando Mamede bateu o recorde do Mundo e da Europa dos 10.000 metros. No final o herói leonino afirmou: “Bati o recorde do Mundo em condições que me eram adversas pelo modo como o Lopes — e muito bem — estava a conduzir a sua corrida. O Lopes impôs um andamento duríssimo, tentou fugir-me várias vezes, não quebrei, não perdi terreno e na última volta meti o meu andamento. É evidente que este recorde do Mundo não caiu do céu, e julgo que não conseguirei voltar a batê-lo nem sei se, nos próximos anos, alguém conseguirá ultrapassá-lo”.

Carlos Lopes, que ficou com a 2ª melhor marca mundial de sempre, referiu: “Fui o grande culpado da queda do recorde, e não estou nada arrependido daquilo que fiz”.

Mamede já era o recordista da Europa há 2 anos depois de ter destronado Lopes, detentor da melhor marca europeia durante alguns dias. Com os 2 atletas em excelente forma, as excelentes condições atmosféricas de Estocolmo, o apoio do público, e a propícia altura do ano, já se previa que algo de impressionante poderia acontecer, mas Mamede, dentro da comitiva, era aquele que menos falava em recordes, pois “não queria ter essa responsabilidade sobre os ombros”.

A corrida foi magnífica. Carlos Lopes tentou fugir várias vezes impondo um andamento duríssimo, mas a prova foi decidida pela explosão final de Mamede, mais rápido a terminar que Lopes, quando estava no auge da sua confiança, como aconteceu desta vez. A última volta foi um momento que ficou nos anais do Atletismo mundial, com Mamede a fazer pouco mais de 50 segundos. A marca, 27m13,81s, foi recorde do mundo por 5 anos e da Europa por 15, apesar da vaga africana do fundo já se começar a fazer sentir. Anteriormente, Mamede já ficara a 45 centésimos de segundo do recorde, mas desta vez nada o pôde deter.

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