8 de Agosto de 1971. A Volta a Portugal mais dura de sempre (até à altura) terminava no Alvalade perante 40.000 espectadores e 50 contos de receita. Foi a maior enchente de sempre em Portugal (mesmo com chuva), pelo Ciclismo e sobretudo por Joaquim Agostinho, um verdadeiro ídolo no nosso país.
No final da competição Agostinho “deu” 11m05s ao 2º classificado – Firmino Bernardino. Quanto aos outros sportinguistas, Vítor Rocha foi 9º a 19m54s, António Marçalo foi 14º, a 27m49s, Francisco Miranda foi 15º, Manuel Luís 17º, Emiliano Dionísio 19º, João Curto 31º e António Teixeira 32º.
Agostinho imitou um feito conseguido anos antes por Alves Barbosa – vestir a amarela do princípio ao fim da Volta. Numa das última etapas, Brás Medeiros, presidente do Sporting, deslocou-se propositadamente a Alcobaça para assinar um novo contrato com o ciclista por mais 3 anos com a ressalva de o deixar correr em França mas a obrigatoriedade de vir a Portugal participar em todas as provas mais importantes.
No final, Agostinho afirmou: “Encontrei dificuldades mas não tantas como na Volta a França. O problema não é de subidas e descidas, de adversários difíceis ou fáceis, o problema é que em França corro sozinho. Aqui tive uma equipa a ajudar-me, um conjunto magnífico que me permitiu sair de Lisboa em 1º e chegar na mesma posição. Pena foi que o tempo não tivesse ajudado à festa. Terei uns dias para descansar mas depois regresso ao trabalho. Ou aproveito agora ou nunca”.
Gribaldy, o empresário de Agostinho, também marcou presença: “Vim a Portugal porque não se justificava faltar a mais este triunfo desse grande corredor chamado Joaquim Agostinho. Não podia perder este espetáculo único em todo o Mundo. Nunca vi coisa assim. Nunca vi, em qualquer final de outras Voltas, tanta gente nem tanta vibração”.
O Sporting venceu coletivamente (pela 9ª vez) com mais de 20 minutos de avanço da Coelima. O Benfica foi 3º e o FC Porto 8º. As classificações foram todas ganhas por ciclistas do Sporting: Montanha – Firmino Bernardino; Metas Volantes – Emiliano Dionísio; Pontos – Joaquim Agostinho; Combinado – Joaquim Agostinho.
Cerca de 1 mês e meio antes deste seu 2º triunfo na Volta a Portugal, Joaquim Agostinho alcançara o 4º título consecutivo nos Nacionais de fundo.