7 de Setembro de 1988. O Sporting iniciou da melhor maneira a sua campanha europeia (Taça UEFA). Para “início de conversa” nada melhor que um “gigante” do futebol europeu – o Ajax de Amesterdão. A 1ª mão disputou-se no Alvalade. Sob o comando do uruguaio Pedro Rocha, a equipa: Rodolfo Rodríguez; João Luís, Venâncio, Morato (cap) e Fernando Mendes; Oceano; Silas, Carlos Manuel e Litos; Forbes (Carlos Xavier) e Paulinho Cascavel (Rui Maside).

Viviam-se os primeiros tempos do novo presidente Jorge Gonçalves e o Sporting passava por uma nova era. No Alvalade, perante um estádio quase cheio, houve festival de luz e som antes da partida se iniciar.

O jogo começou frenético, com ambas as equipas a tentar o golo, mas foi o Sporting, logo aos 6 minutos a abrir a contagem. Fernando Mendes pressionou a defensiva contrária e gerou um ressalto, depois foi Oceano a pressionar e a ganhar a bola. O polivalente médio leonino tocou para Silas que lhe devolveu o esférico. Poderosíssimo, Oceano rompeu pela defensiva holandesa e rematou a meia altura, colocadíssimo. A bola ainda tocou no poste antes de entrar na baliza de Menzo.

Alvalade “ferveu”, mas um grande “encharcado de água fria” viria aos 18 minutos. Bergkamp jogou muito bem pela direita, passou Carlos Manuel e centrou para perto da baliza. Rodriguez ficou “a olhar” em vez de sair e Petterson, sem marcação, cabeceou para o fundo das redes.

Durou pouco o silêncio em Alvalade, pois 2 minutos se passaram até, em oposição a uma iniciativa de Forbs, Verlaat cortar para canto e surpreendentemente o árbitro marcar penalty. Encarregado de marcar Paulinho Cascavel atirou forte enganando completamente o guarda-redes contrário.

Aos 25 minutos, nova explosão de alegria em Alvalade. A jogar muito bem em pressing, a equipa leonina ganhou a bola por João Luís, depois seguiu-se uma insistência em que Carlos Manuel e Silas foram os protagonistas, tendo a bola sobrado para o defesa-direito, que fazendo um cruzamento-remate da direita, viu a bola embater no poste contrário e entrar na baliza – estava feito o 3-1.

Antes do intervalo Forbes ainda falhou, isolado, o avolumar da vantagem.

A 2ª parte foi mais de controlo por parte do Sporting, embora os holandeses abusassem duma dureza excessiva perante a complacência da equipa de arbitragem. Logo na parte inicial Oceano falhou uma oportunidade clamorosa. A 17 minutos do fim o Sporting pareceu dar a estocada final na eliminatória com o 4º golo. Em contra-ataque, Carlos Manuel lançou Silas que correu uma enormidade pela meia direita, driblou Menzo e foi alegadamente derrubado por este (situação discutível). Já sem Paulinho Cascavel em campo, foi Litos a transformar (com mestria) a grande penalidade.

A eliminatória ficou mais incerta com o 4-2, produto de fífias sucessivas de Oceano, Venâncio e Morato, sobrando a bola “de presente” para o sueco Pettersson, que voltou a não falhar.

Apesar de tudo a vitória por 2 golos de diferença deixou alguma tranquilidade para o jogo da 2ª mão. João Luís, Oceano, Carlos Manuel, Silas e Forbes foram as principais figuras do Sporting, que esteve quase a conseguir um “KO técnico” sobre o seu adversário.

O técnico uruguaio Pedro Rocha estava satisfeito no final, mas menos exuberante que a restante “cabina” leonina: “Ganhámos com justiça. Tivemos técnica individual e inteligência bastantes para explorar os pontos fracos do Ajax. A vantagem é boa, mas está longe de ser a ideal. Lá vamos ter de trabalhar no duro”. E, na verdade, assim foi.

Acrescente-se ainda que esse foi o 120º jogo e a 51ª vitória do Sporting nas competições europeias de Futebol.

Foto: Litos marcando o 4º golo de penalty.

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