23 de Dezembro de 1956. O Sporting navegava em “águas turvas”, pelo 5º lugar da classificação, quando a 2 dias do Natal lhe coube receber o Benfica para o 1º derby no novo Estádio Alvalade (2ª geração).
Abel Picabêa (o treinador leonino) fez alinhar: Carlos Gomes; Caldeira, Passos e Pacheco; Péridis e Osvaldinho; Hugo, Gabriel, Pompeu, Travassos e Martins.
O jogo começou animado, com iniciativas dos 2 lados, mas um predomínio dos “donos da casa”. Aos 17 minutos Pompeu centrou atrasado, muito perto da linha de cabeceira. Aproveitando uma ligeira hesitação da defensiva contrária, Hugo (foto) emendou para o fundo da baliza fazendo o único golo do jogo.
O Benfica procurou reagir mas encontrou sempre no Sporting um adversário forte, mais poderoso do que toda a gente esperava em virtude do desempenho das equipas no Campeonato Nacional.
Os leões chegaram a exibir-se em plano destacado, tendo feito a sua melhor exibição da época e impondo assim ao Benfica a sua 1ª derrota no Campeonato.
O Sporting foi superior durante 70 minutos e só nas duas dezenas de minutos finais os benfiquistas conseguiram patentear alguma superioridade na busca do empate. Apesar de tudo, com uma magnífica exibição, Carlos Gomes foi o melhor em campo. Não teve muito que fazer, mas o que fez foi notável. No final afirmou: “Qualquer uma das equipas podia ter ganho. Esta foi uma bela prenda de Natal. Dedico o meu quinhão da vitória de hoje a todos os sportinguistas porque eles bem a merecem. Sinceramente achava que nos seria muito difícil derrotar o Benfica, mas todos jogámos com vontade férrea daí resultando um extraordinário desafio como este foi”.
Nesta partida avultou também a boa exibição de Travassos, ele que havia regressado apenas uma semana antes após uma infinita série de lesões. Segundo as suas próprias palavras: “Parecia bruxedo. Depois de ter jogado pela Seleção da Europa nunca mais tive descanso”. Muito satisfeito, referiu: “Lá ganhei uma vez esta época, e logo contra o Benfica.”