17 de Setembro de 1950. Nesse dia realizou-se o 1º jogo do Campenato que iniciaria a série de 4 campeonatos que viriam a resultar na conquista, pelo Sporting, do 1º tetra do Futebol português. O palco foi o Estádio Nacional, terreno onde o Benfica recebeu o Sporting.

Os leões vinham duma época de poucas conquistas, os benfiquistas eram os atuais campeões, e a partida marcou nova viragem para hegemonia leonina, que se prolongaria por vários anos, agora sob orientaçao do britânico Randolph Galloway.

O Estádio estava à cunha numa tarde magnífica com um sol que “queimava”, para um jogo rodeado de grande expetativa. A equipa leonina: Azevedo; Caldeira e Juvenal; Canário, Passos e Juca; Pacheco Nobre, Vasques, Pacheco, Travassos e Martins.

O Sporting estreou oficialmente Joaquim Pacheco (um avançado possante proveniente de Macau que brilharia mais tarde como defesa) e Caldeira. Os verde e brancos começaram muito bem o jogo, perdendo por Joaquim Pacheco, Pacheco Nobre e Vasques, ótimas oportunidades para inaugurar o marcador. Contra a lógica da partida foram os encarnados a marcar primeiro. Passos puxou Corona dentro da área e Teixeira bateu Azevedo no respetivo penalty, aos 12 minutos de jogo.

A partida abrandou então surpreendentemente e durante um quarto-de-hora morna se manteve. A partir de certa altura a asa direita do Sporting começou a funcionar, criando, inclusivamente, uma ótima oportunidade que desperdiçou. Os benfiquistas responderam, e até ao intervalo  manteve-se a animação, mas sem resultados práticos.

A 2ª parte começou com prevalência leonina, e foi sem surpresa que aos 52 minutos Canário serviu Travassos que endossou rapidamente a bola a Martins. Este fintou Jacinto e tirou um centro magnífico, concluído por Félix na própria baliza! Os leões, motivados, mais aceleraram. Pacheco Nobre rematou com estrondo à trave, mas pouco depois o Benfica não desempatou também por muito pouco. A partir daí o Sporting não deu mais tréguas, fazendo o seu adversário encolher-se notoriamente na defesa.

Aos 79 minutos, depois duma excelente triangulação com Pacheco Nobre e Canário, Vasques pôs os leões na frente. 3 minutos mais tarde Rosa fez defesas “milagrosas” a “tiros” de Vasques e Joaquim Pacheco, mas contra a força não houve resistência, e a 3 minutos do fim Martins estabeleceu o resultado final, esgueirando-se (após passe de Travassos) entre Jacinto e Félix e rematando colocado.

Numa partida em que a defesa do Sporting (com exceção de Azevedo) encontrou grandes dificuldades (sem ter muito trabalho) revelando alguma inaptidão, o ataque esteve muito bem, criando diversas oportunidades de golo. Travassos, Vasques, Canário e Juca foram os melhores homens em campo. Na equipa sportinguista a bola girou rapidamente de homem para homem, com rapidez e em progressão constante. O estreante Pacheco falhou vários golos por hesitação, apesar de ser generoso no esforço. O início não podia ter sido melhor!

Foto (arquivo): Vasques, um dos melhores em campo e autor do 2º golo leonino.

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