25 de Outubro de 1960. Numa temporada na qual a nível interno as coisas não correram nada bem, foi nos confrontos internacionais que a equipa de futebol do Sporting mais se destacou. Géo e Figueiredo eram as principais novidades num conjunto que prometia muito, mas que não passaria do 2º lugar no Campeonato Nacional e das meias-finais da Taça de Portugal.
A receção à equipa campeã brasileira do EC Bahía gerou grande expetativa, e todos aqueles que se deslocaram a Alvalade nessa noite deram o seu tempo por muito bem empregue. Orientados por Alfredo González, os leões alinharam com: Aníbal; Lino e Hilário; Ferreira Pinto, Morato e David Julius; Géo, Fernando, Figueiredo, Casaca e Seminário.
O Bahía entrou muito bem no jogo e logo aos 3 minutos abriu o ativo. Hilário hesitou e o avançado “canarinho” Alencar avançou, rematando sem hipóteses para Aníbal. O mesmo jogador agrediu Seminário aos 23 minutos, fazendo a sua equipa jogar em inferioridade numérica mais de uma hora.
O Sporting aproveitou para tomar conta da partida, e chegou à igualdade aos 35 minutos. Seminário passou alguns adversários e da extrema-direita centrou para a cabeça de Fernando, que não perdoou. O intervalo chegou com 1-1.
Na 2ª parte o Sporting “apertou o cerco” aos brasileiros, conseguindo aumentar a contagem para números inimagináveis perante o seu categorizadíssimo adversário. Logo no 1º minuto, Fernando fez o 2-1, mas o melhor estava para vir. O último quarto-de-hora leonino foi arrasador. Aos 79 minutos, Fernando fez o hat-trick, muito motivado por defrontar compatriotas. Depois foi Figueiredo, um dos novos recrutas leoninos para esta temporada, a marcar o 4-1 aos 83 minutos (um tento de belo efeito) e o 5-1 no último “fôlego” da partida.
Perante uma excelente arbitragem, sem qualquer “culpa” pelo mau feitio dos brasileiros, Seminário foi a grande figura da equipa do Sporting. No final afirmou: “Estou contente pela partida que fizemos, vencendo com todo o mérito. O Bahía é uma excelente equipa, com um conjunto homogéneo. Não consegui marcar, mas contribuí para alguns golos, o que valeu a pena. O Sporting merece os nossos sacrifícios porque é uma coletividade onde se vibra e se vivem grandes momentos. Os aplausos desta noite deram-nos estímulo e levam-nos com mais força à luta. Depois da crise de nervos que tive, e que felizmente já lá vai, este jogo reabilitou-me perante mim próprio. Recuperei a confiança. Se a cabeça não funciona bem, nada somos…”
Foto (arquivo): Seminário