Sílvio Paiva nasceu a 13 de Novembro de 1958 em Francana – Brasil. Começou por alinhar no América de São Paulo, mas foi no Internacional de Porto Alegre que se tornou um dos jogadores brasileiros em maior destaque no seu país a ponto de chegar à ”canarinha”. Em 1979 conquistou os Jogos Panamericanos e em 1984 ganhou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles (como titular na seleção brasileira). Pelo meio foi 4 vezes Campeão Gaúcho.
Chegou ao Sporting (proveniente do Internacional) no Verão de 1986 num início de época muito conturbado em Alvalade pois a equipa leonina tinha um plantel curtíssimo que demorou muito tempo a compôr. Alinhou pela 1ª vez de verde e branco na apresentação da equipa aos sócios, a 3 de Agosto (0-0 com o Arsenal). Estreou-se oficialmente (com o treinador Manuel José) a 6 de Setembro num Sporting-Salgueiros (1-0) para o Campeonato. Marcou o 1º golo a 26 de Abril de 1987 numa goleada ao Marítimo por 6-1. Nessa 1ª temporada de verde e branco jogou muitas vezes (25 presenças – a maioria das quais saído do banco) mas não conseguiu superar a concorrência de Mário Jorge (numa das suas melhores épocas) na esquerda do meio-campo. Já bem dentro da 2ª metade da época chegou ao comando técnico da equipa o inglês Keith Burkinshaw que apostava claramente na utilização de extremos “puros” e o brasileiro começou a ganhar mais espaço na equipa. Na meia-final da Taça de Portugal realizada nas Antas (triunfo por 1-0 com um golaço do também brasileiro Mário aos 120 minutos), Silvinho realizou talvez a sua mais extraordinária exibição de verde e branco, deixando o seu “marcador”, João Pinto (que 17 dias depois seria compensado pela afronta ao levantar a Taça dos Campeões Europeus) de “língua de fora” e “à beira dum ataque de nervos” perante tanta criatividade, fantasia e velocidade.
As suas constantes exibições de “encher o olho” nessa 2ª metade da temporada 86/87, numa altura em que o Sporting jogava em “casa” quase sempre ao sábado, valeram uma expressão que lhe foi dedicada pela imprensa caraterizando o seu futebol: “Silvinho – o show dos sábados à tarde no Alvalade”
Na época seguinte foi um dos protagonistas da equipa. No triunfo na Supertaça (o seu único troféu conquistado pelo clube) marcou na Luz (3-0) e em Alvalade (1-0) perante o Benfica. Numa temporada em que realizou 38 jogos e marcou 7 golos (para além de inúmeras assistências) estranhou-se a sua dispensa no final (para Guimarães – por troca com o central Miguel), mas a “revolução” operada pelo novo presidente Jorge Gonçalves “apanhou-o (muito injustamente) na curva”.
Alinhou pela última vez a 5 de Junho de 1988, no último jogo da época, num triunfo por 7-0 sobre o FC Penafiel e marcou 2 golos, ajudando ainda Paulinho Cascavel (que fez 4) a sagrar-se o melhor marcador do Campeonato.
Assim, esteve apenas duas épocas no Sporting, tendo realizado 63 jogos oficiais e marcado 8 golos. Ganhou uma Supertaça.
No Vitória de Guimarães realizou duas temporadas em bom plano (na 1ª ganhou uma Supertaça e marcou o golo que derrotou o Sporting em Guimarães para o Campeonato…). Alinhou depois no FC Tirsense, Nacional da Madeira, Paços de Ferreira e FC Maia (sempre como protagonista em todas as equipas). Em 1997 terminou a carreira, no Brasil – EC Novo Hamburgo, e abandonou definitivamente o futebol. Mais tarde enveredou por outras profissões. Trabalhou, por exemplo, num restaurante brasileiro de rodízio propriedade do também ex-jogador leonino Edmilson (como empregado de mesa e músico – tocava pandeireta), foi também motorista (duma empresa de pão), trabalhou em Inglaterra, etc…
Para sempre ficou a memória dum extremo-esquerdo de grande técnica e criatividade, daqueles que muitas vezes fazem valer, só por si, o valor pago por um bilhete para ir ao futebol.