António Ribeiro Ferreira nasceu a 17 de Setembro de 1905 em Alvaiázere. Oriundo de uma família “de posses”, licenciou-se em Direito em Lisboa (1926), destacando-se desde logo pelo dom da palavra. Foi vice-presidente da Comissão Concelhia da União Nacional durante 6 anos, vereador na Câmara Municipal de Lisboa em 1934 e Governador Civil de Évora em 1938 e 1939.

Foi admitido como sócio do Sporting em 1935. 3 anos depois orientou o Congresso leonino e de Agosto de 1943 a Março de 1951 dirigiu o Boletim (Jornal) do clube.

Tomou posse como presidente a 19 de Janeiro de 1946 numa altura em que o Futebol verde e branco não vivia os seus melhores dias. Tomou então a decisão de contratar Cândido de Oliveira e os leões melhoraram muito, arrebatando a Taça de Portugal com 4-2 ao Atlético CP, na 1ª final realizada no Jamor.

No ano seguinte ficaria intimamente ligado à nova sede do Clube (a 10ª), na Rua do Passadiço, onde abundaram os eventos sociais que tantas receitas geraram ao clube. Para essa temporada, contratou Robert Kelly para trabalhar com Cândido de Oliveira, e aí começou a série imparável de 7 títulos nacionais em 8 anos.

A 14 de Setembro de 1947, muito por ação do incansável presidente, foi inaugurado o 1º Estádio José Alvalade (que pouco depois foi relvado), fruto de remodelação profunda no velho Estádio do Lumiar. Com ele o ecletismo leonino floresceu. O Ténis de Mesa e o Andebol de sete iniciaram a sua cavalgada de títulos nacionais, a secção de Motorismo foi reorganizada, os saraus de Ginástica e os festivais atléticos mostravam a vitalidade do clube.

Após o falhanço de 1949/50, investiu numa equipa técnica formada por Randolph Galloway e Álvaro Cardoso. Os custos eram altos – 10 contos por ano, mas o investimento seria proveitoso. Nessa temporada de 1951 o Sporting seria o clube a gerar mais receitas (8.148 contos) e maior lucro.

Com ele o Sporting contratou futebolistas do nível de Vasques, Travassos, Passos, Juca, Carlos Gomes, Caldeira e Joaquim Pacheco, e técnicos da estirpe de Robert Kelly, Cândido de Oliveira e Randolph Galloway. Com ele na presidência o Sporting espantou a Europa goleando o Atlético de Madrid em Madrid, o Lille (detentor da Taça de França), o Nörköping (campeão sueco) ou o Anderlecht (bi-campeão belga).

Em 1950 foi considerado sócio de mérito.

Durante os 7 anos em que dirigiu os destinos do clube ganhou 6 campeonatos nacionais, duas taças de Portugal e 1 Regional de Lisboa (o último disputado). Promoveu com frequência a aproximação com filiais e delegações, contribuindo para uma expansão inédita do clube por todo o país.

Quando o Stade Bordelais pretendeu contratar Travassos e o Benfica “suspirava” por Vasques nem sequer quis ouvir as propostas. O que o preocupava era ter uma equipa forte e hegemónica no nosso país.

Mas Ribeiro Ferreira não era só qualidades. Tinha um estilo autoritário, pouco democrático. Falhou, por exemplo, no processo da despedida de Peyroteo (com um pouco mais de sensiblidade o goleador leonino poderia ter ficado mais um bom par de anos) e no ultimato a Jesus Correia para que optasse entre o Futebol e o Hóquei em Patins (que o fez abandonar prematuramente o Sporting), entre outros casos.

Morreu a 13 de Fevereiro de 1953 (com apenas 47 anos), poucas semanas depois de ter deixado a presidência do clube onde deixou uma marca indelével.

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