Joaquim Pedro Pacheco nasceu a 30 de Março de 1926 em Macau (colónia portuguesa na altura). Começou por jogar no Argonauta, no entanto, a partir de certa altura, os campeonatos de futebol pararam por problemas políticos e dedicou-se ao “jogo da bolinha”, uma espécie de futebol de 7 jogado com uma bola de dimensões mais reduzidas. Com 20 anos ingressou na polícia e passou a alinhar no Desportivo da Polícia de Macau onde se revelou um avançado temível.
Veio de Macau para o Sporting em Maio de 1950 (por responsabilidade de António da Conceição – antigo atleta leonino – também macaense), num período em que ainda se vivia no “trauma” pós-Peyroteo. Rotulado de avançado-centro possante marcou muitos golos nos primeiros jogos (amigáveis) em que atuou.
Estreou-se oficialmente (com o treinador Randolph Galloway) a 17 de Setembro de 1950 num Benfica-Sporting (1-3) realizado no Estádio Nacional. Marcou o 1º golo (bisou) a 22 de Outubro na Covilhã (triunfo por 3-2). Nessa época o Sporting foi Campeão Nacional pela 6ª vez. Joaquim Pacheco foi reserva de Mário Wilson, mas, ainda assim, marcou 6 golos em 9 jogos.
Para a temporada seguinte Galloway adaptou-o a defesa. Foi uma época de transição, em que jogou apenas 10 vezes (voltou a ser campeão), mas no ano seguinte afirmou-se definitivamente como um defesa-esquerdo de grande valor, sendo protagonista (30 presenças em todas as competições) da equipa que se sagrou tri-campeã nacional. No final da temporada contraiu uma lesão gravíssima que o deixou afastado dos campos de futebol mais de 1 ano, pelo que na época 1953/54 não chegou a atuar oficialmente. Apesar disso, reassumiu todo o “peso” que já tivera na equipa em 1954/55 (com Szabo primeiro e Scoppeli depois), “estatuto” que manteve até ao final do percurso no Sporting, ganhando ainda o título nacional de 1958.
Jogou pela última vez a 14 de Dezembro de 1958 numa derrota frente ao Benfica (4-0). A 19 de Janeiro desse mesmo ano marcara o último golo num (3-3) perante a CUF no Barreiro.
Esteve um total de 9 épocas no Sporting (numa delas não chegou a alinhar). Fez 157 jogos oficiais e marcou 7 golos. Ganhou 4 Campeonatos Nacionais. Foi um futebolista que deixou saudades e que de avançado possante se transformou num defesa agressivo e eficaz. Foi uma vez internacional por Portugal.
Depois, já veterano, passou pelo Leixões (onde se manteve 3 temporadas). Logo a seguir regressou às origens, trabalhando durante muitos anos no Hotel Lisboa onde ostentava um vistoso “bigode à Zapata”.
Recebeu o Prémio Stromp em 2006 (na categoria saudade).