31 de Março de 1968. Sporting e Benfica somavam 31 pontos. O FC Porto de Pedroto estava a 4, pelo que necessitava imperiosamente de vencer. No jogo das Antas (cheio como um ovo), à 20ª jornada, o Sporting (orientado por Fernando Caiado) alinhou com: Carvalho; Pedro Gomes, Armando Manhiça, José Carlos (cap) e Hilário; Dani, Gonçalves e Peres; Marinho, Lourenço e Figueiredo. O FC Porto entrou melhor na partida perante um Sporting frio e calculista (aliás assim o foi durante todo o jogo). Os nortenhos atacaram muito mas nem sempre bem perante uma defesa leonina que foi “de betão”, muito categorizada, que com tanta classe e eficácia começou a desmoralizar pouco a pouco a equipa local. Enquanto os portistas atingiram uma bitola muito elevada na 1ª parte o Sporting fez um jogo sempre ao nível do razoável, sem grandes oscilações, mais consistente, o que lhe valeu uma vitória magnífica e muito importante. O único golo do jogo foi apontado por Gonçalves aos 62 minutos. Num contra-ataque pela direita, Marinho fintou Atraca e cruzou rasteiro para a área portista. Do lado contrário Gonçalves rematou na passada sem posibilidades de defesa para Américo – devido à grande quantidade de jogadores que tinha na frente. No final, Pedroto e Caiado concordaram que o Sporting havia sido mais feliz e para parte da comunicação social esta vitória poderia ter sido crucial para o Sporting na luta pelo título. Não o seria porém, pois entrando na antepenúltima jornada no 1º lugar da competição os leões perderam a liderança com uma derrota na Luz por 1-0, e a desmoralização foi tanta que mais duas derrotas se...
31 de Março de 1990. Dionísio Castro foi convidado para “lebre” no ataque ao recorde do mundo dos 20 quilómetros em La Fléche, França. O inesperado aconteceu, e acabou por ser o português a conseguir um novo máximo mundial (57m18,4s) que perdurava desde 1976 e que pertencia ao holandês Jos Hermans, um dos grandes rivais de Carlos Lopes nos anos 70. De realçar ainda que, simultaneamente a este feito, Dionísio falhou o recorde do mundo da hora por 1 metro, ao realizar 20.943 metros. “Puxava, puxava e o cansaço não aparecia. A certa altura comecei a dar palmadinhas nas costas dos adversários para os incentivar a correr mais rapidamente até que me decidi a não parar e deu no que deu. Não me venham com larachas dizendo que este recorde é de 2ª categoria. O Lopes e o Mamede também o tentaram e não o conseguiram”. No que diz respeito ao falhanço “por um triz” do recorde mundial da hora: “ Não sei se não me roubaram 2 metros para eu não bater esse máximo. É que, se o conseguisse, teriam de me pagar mais 1.600 contos. Acho estranho que, com o tempo feito aos 20 quilómetros o resultado tenha sido esse. Só se eu acabasse de rastos… e como até acelerei ainda mais…” 1 ano depois, o mexicano Arturo Barrios (que também tirou a Fernando Mamede o recorde do mundo dos 10.000 metros) “roubaria” o recorde mundial a Dionísio Castro, com 56m55,6s, mas o tempo do português manteve-se recorde europeu por longos...
31 de Março de 1935. Decorria o 1º Campeonato da Liga. No Campo Grande, o Sporting recebeu o Benfica (a quem já tinha ganho essa época o Regional) em jogo referente à 11ª jornada da prova. Na altura os sportinguistas estavam no 2º lugar em perseguição ao FC Porto. Sob o comando de Joaquim Filipe dos Santos, os leões formaram com: Dyson; Jurado e Joaquim Serrano; Abelhinha, Rui de Araújo e António Faustino; Rui Carneiro, Vasco Nunes, Soeiro, Ferdinando e Francisco Lopes. Pode-se dizer-se, segundo a imprensa da época, que o Sporting se impôs ao adversário desde os primeiros pontapés do jogo. Aos 25 minutos, de penalty, Rui Carneiro (um jovem que se estreava essa época pelo clube) abriu o ativo, e mais se solidificou a ideia entre os presentes que a vitória, nessa tarde, não fugiria aos verde e brancos. No 2º tempo o Sporting entrou na firme disposição de acabar cedo com as dúvidas, e Francisco Lopes (foto de arquivo – outro valoroso atleta que fazia a 1ª época no clube) alargou a vantagem aos 55 minutos. 2 minutos depois Soeiro (que viria a ser o melhor marcador da prova, com 14 golos) fez o 3-0 e pairou no recinto o espetro de goleada. Os leões mantiveram o domínio, mas foram os forasteiros a reduzir, a 5 minutos do fim, pelo ex-leão Valadas. No final, triunfo do Sporting por 3-1, confirmando que eram os leões o principal adversário do Porto na luta pelo...
31 de Março de 1922. Neste dia saiu a público o 1º número do Boletim (assim se chamava na altura) do Sporting Clube Portugal. O principal responsável por tal desiderato foi Júlio de Araújo, que no café Martinho incentivou José Serrano e Alberto Mendes Leal a fazerem um jornal para confrontar a imprensa de Lisboa desse tempo, que se mostrava claramente favorável ao Benfica, e mais que isso, hostil ao Sporting. Os homens que estiveram na base do Boletim do Sporting moviam-se contra aquilo que consideravam como sucessivas crónicas e artigos injustos, que tinham como único objetivo denegrir a imagem do clube verde e branco. O Boletim surgiu como publicação quinzenal. Além da tiragem normal existia outra, considerada de luxo, em papel “couché”, pela qual os assinantes interessados pagavam 8$ por semestre. Este meio de comunicação sportinguista ganhou grande importância entre os sócios leoninos. Em 1924, por exemplo, quando esteve suspenso pelo facto da direção considerar a sua feitura demasiado cara, mereceu enormes apelos de sócios e dirigentes para que voltasse a existir. O Boletim criou uma escola de valores no Sporting, ajudou cimentar a paixão pelo clube, transmitindo também variadíssimos ensinamentos a todos os níveis da prática desportiva. A publicação acabou por beneficiar do facto de não ser elaborado por jornalistas profissionais. As suas crónicas sobre provas desportivas, os seus artigos de opinião, as suas histórias e testemunhos eram feitos pelos próprios desportistas ou por alguém muito perto deles. A título exemplificativo, poder-se-à dizer que a apreciação a um determinado jogo de futebol e a análise ao comportamento dos futebolistas era, não raras vezes, feita pelo próprio treinador. E...
29 de Março de 2012. Perante mais de 40.000 pessoas, o Sporting recebeu os ucranianos do Metalist Kharkiv em jogo da 1ª mão dos quartos-de-final da Liga Europa, no seu jogo 271 na Europa do futebol. Ricardo Sá Pinto era o técnico dum conjunto que vinha embalado na competição pela recente eliminação dos milionários do Manchester City. A equipa: Rui Patrício; João Pereira, Xandão, Anderson Polga e Insúa; Daniel Carriço (Renato Neto 69), Matias Fernández e Schaars; Izmailov (André Carillo 79), Van Wolfswinkel e Diego Capel (Jeffrén 71). Da 1ª parte pouco ficou para contar. Foi um jogo insípido sem oportunidades de golo e um Metalist muito forte, sem o Sporting conseguir impor o seu jogo, preocupando-se sobretudo com a segurança defensiva. O 2º tempo foi completamente diferente. O Sporting entrou muito mais rápido e incisivo e inaugurou o marcador aos 50 minutos após uma arrancada fantástica de Diego Capel, combinação com Insúa e cruzamento do espanhol para Izmailov surgir na zona do ponta-de-lança a emendar para a baliza. 5 minutos depois Rui Patrício deu o 1º sinal da sua grande exibição ao negar o golo a Cristaldo. Aos 64, num livre perto da área, e quando todos esperavam o remate de Matias ou Schaars, o holandês deu um pequeno toque para o lado e Insúa rematou forte rasteiro e colocado fazendo o 2-0. Aos 74 minutos, num lance irregular (braço dum ucraniano), Rui Patrício defendeu superiormente um remate de Devic. Aos 80 o guardião do Sporting voltou a brilhar, tal como aos 86 e aos 90+1, mas aí, quando Devic preparava a recarga, Patrício cometeu falta e depois...
29 de Março de 1981. No Mundial de Crosse Fernando Mamede lutou com a “nata” do Atletismo mundial, incluindo os “diabólicos” etíopes e , como melhor europeu, só perdeu por 4 segundos para o norte-americano Craig Virgin e 2 para o etíope Kechir, derrotando inclusivamente o campeão olímpico de 10.000 metros, Yifter. A prova disputou-se em Madrid e Fernando Mamede (um dos melhores atletas mundiais – de meio fundo e fundo – de todos os tempos e seguramente o melhor, a par de Carlos Lopes, de Portugal) conquistou a sua única medalha em grandes competições. No final afirmou: “Nunca me passou pela cabeça que pudesse ganhar. Aquilo era uma luta doida entre etíopes e americanos e eu sozinho no meio deles… A cerca de duas voltas do fim fui empurrado e pisado, olhei para perna, sangrava, arrepiei-me, mas reagi… Só no final, me apercebi de que era muito profundo o golpe. Antes do pódio passei pelo posto de socorros, suturaram-me com pontos de plástico (!) e deram-me uma injeção contra o tétano, porque tínhamos corrido numa pista de...
28 de Março de 1982. 23ª jornada do Campeonato Nacional. O Sporting tinha 5 pontos de avanço do Benfica mas perdera pela 1ª vez na prova no fim-de-semana anterior, no Bessa, e, mais grave até do que isso, perdera também Oliveira por 1 mês… Para o Benfica era o jogo do “alguma coisa” ou nada e o espetáculo foi eletrizante. Num fresco fim de tarde, com uma grande enchente, a equipa (na foto) de Malcolm Allison: Meszaros; Barão, Carlos Xavier, Eurico e Marinho (Mário Jorge); Virgílio; Ademar, Lito e Nogueira (Freire); Manuel Fernandes (cap) e Jordão. Logo aos 13 minutos de jogo o Benfica inaugurou, com alguma surpresa, o marcador. Carlos Manuel apontou um canto, Marinho afastou a bola de cabeça mas a equipa de arbitragem (chefiada por Marques Pires) considerou que a bola havia entrado diretamente. Nem a televisão conseguiu esclarecer completamente as dúvidas, e os jogadores sportinguistas protestaram veementemente o lance… Os leões responderam bem e 7 minutos depois chegaram ao empate. Humberto Coelho carregou e depois derrubou claramente Manuel Fernandes dentro da área encarnada. Com um remate colocadíssimo Jordão obteve o empate. O intervalo chegou com 1-1. O grande caso do jogo ocorreu aos 64 minutos. Numa avançada do Sporting, Manuel Fernandes e Bento tentaram chegar primeiro à bola. Foi o guarda-redes benfiquista a fazê-lo, mas o atacante sportinguista ainda tentou tocar o esférico, acabando por tocar, sim, na cabeça no guardião encarnado… Ato contínuo, Bento foi tirar satisfações e tocou Manuel Fernandes na cara com um grau de intensidade que nunca se saberá ao certo. No entanto o atacante leonino caiu ou lançou-se para o chão....
28 de Março de 1976. Em jogo a contar para os 1/16 final da Taça de Portugal o Sporting recebeu o Benfica. Juca treinava os leões, que alinharam com: Matos; Tomé, José Mendes, Laranjeira e Da Costa; Nelson (Vítor Gomes 105), Fraguito e Baltazar ; Marinho (cap), Manuel Fernandes e Chico (Libânio 105). O Sporting não estava num bom momento, e o adversário era o Benfica, que caminhava para o bicampeonato. No entanto, no derby de todas as emoções, os sportinguistas não se atemorizaram e realizaram uma exibição esforçada, plena de garra. Os 90 minutos chegaram sem golos, pelo que houve que proceder a um prolongamento. Com as equipas verdadeiramente extenuadas a emoção aumentava de minuto para minuto. Na mudança de campo desse período Juca fez entrar Vítor Gomes e Libânio (foto), e este, um jovem de 19 anos, acabou por ser o herói da tarde, fazendo aí o seu 1º golo pelo Sporting e decidindo a...
Março de 1997. No Estádio Nacional Sá Pinto agrediu o selecionador nacional Artur Jorge ao saber que não tinha sido convocado para a Seleção nacional que alinharia em Belfast, por eventuais atos de indisciplina divulgados pelo jornal Record e pela TSF. Segundo constou, Sá Pinto deslocou-se ao Jamor depois de ter recebido um telefonema do Dr. Joseph Wilson para o fazer. Depois de lá chegar encontrou Artur Jorge que lhe disse: “O que estás aqui a fazer, filho da puta?”. Sá Pinto procurava saber de onde tinham vindo as notícias falsas de indisciplina que o ofenderam e que alguém revelara sob a capa do anonimato… Com semelhante receção, “perdeu a cabeça”. Rui Águas (adjunto do selecionador) também andou “metido ao barulho”, tentando depois agredir Sá Pinto apesar de não ter visto o que tinha acontecido antes. Por isso, já em Dezembro de 1997, Rui Águas foi punido pelo Conselho de Disciplina da FPF com uma suspensão de 90 dias e o pagamento de uma multa irrisória de 75 contos… O caso fez correr muita tinta e Sá Pinto acabou por ser suspenso. Depois voltou aos relvados, para finalmente ser proibido de jogar futebol por um período superior a 1 ano. O ambiente no nosso pais tornou-se quase insuportável para aquele que era o jogador mais “adorado” pela torcida leonina. A Real Sociedad interessou-se então pelo jogador (apesar de saber que ele durante 1 ano só poderia treinar) e o Sporting acabou por o transacionar, numa opção que se concluiu ser a melhor para todas as...
27 de Março de 1938. Em jogo a contar para a 10ª jornada do 4º e último Campeonato da Liga, o Sporting recebeu no Lumiar o FC Porto (também em acesa luta pelo título). O treinador leonino era Jozef Szabo, que escalou a seguinte equipa: Azevedo; Jurado e Mário Galvão; Rui de Araújo, Paciência e Manecas; Mourão, Soeiro, Peyroteo, Pireza e João Cruz. Passados os primeiros 10 minutos de alguma indefinição, o Sporting tomou conta do jogo ganhando um predomínio acentuado que manteve até ao descanso. A linha média do Sporting assenhoriou-se do jogo, com destaque para a ação de Paciência (na foto – arquivo), o pêndulo da equipa. Após diversas oportunidades, onde avultou um tiro de Pireza ao poste, o Sporting abriu o ativo aos 27 minutos. Mourão cruzou, Pireza recolheu e desmarcou João Cruz na esquerda. Este centrou e Peyroteo emendou com mestria para dentro da baliza. Logo a seguir surgiu o 2-0. A jogada foi de novo entre Mourão e Pireza. O centro era também destinado a Peyroteo, mas Soares dos Reis intercetou, surgindo João Cruz, oportunissimo a marcar. Até ao intervalo o Sporting criou variadíssimas oportunidades para aumentar a marca. Na 2ª parte os verde e brancos entraram com a mesma energia, embora os portistas parecessem mais aptos à luta. Aos 57 minutos Mourão assistiu Peyroteo que correu desalmadamente por entre a defesa portista e rematou cruzado obtendo o 3-0. A partir daí as equipas parecerem algo conformadas com a sua sorte, mas os últimos 10 minutos foram fenomenais. Aos 80, muito rápido a acorrer a um ressalto, João Cruz fez 4-0. Na resposta, Ângelo, em recarga...