28 de Setembro de 1983. Cerca de 5.000 sportinguistas estiveram em Sevilha (15 dias antes) na partida nos 1/32 final da Taça UEFA, uma das maiores deslocações de sempre de leões ao estrangeiro. Depois duma 1ª parte sofrível e de ter chegado ao intervalo a perder pela margem mínima, o Sporting arrancou para um ótimo 2º período onde conseguiu chegar a um precioso empate a uma bola com um golo de Manuel Fernandes após excelente jogada de Jordão.

Entre um jogo e outro Paulo Futre foi chamado por Fernando Cabrita à Seleção Nacional, tornando-se o mais jovem futebolista português a merecer tal honra (5-0 à Finlândia nas eliminatórias para o Europeu de 84 em França).

Nesse 28 de Setembro foi dramática a partida da 2ª mão. A equipa escalada por Jozef Venglos: Katzirz; Gabriel, Virgílio, Zezinho e Mário Jorge; Kostov (Futre); Lito, Oliveira e Romeu; Manuel Fernandes (cap) e Jordão (Fernando Cruz – que se estreou oficialmente de verde e branco).

O Sevilha mostrou-se muito sereno desde o início, claramente mais vocacionado para jogar em contra-ataque, o que intranquilizou claramente os sportinguistas, que tardaram muito em encontrar-se. Oliveira dum lado e Pintinho do outro davam as “pinceladas” de melhor qualidade na partida.

Os espanhós marcaram primeiro “gelando” Alvalade, aos 27 minutos, após um passe magnífico de António Alvarez a rasgar a defensiva leonina para Montero que bateu bem Katzirz à saída deste. Valeu 5 minutos depois um golo a meias entre Kostov e o guardião Buyo para restabelecer a igualdade, no jogo e na eliminatória. O búlgaro centrou e o guarda-redes espanhol, pressionado por Manuel Fernandes, acabou por dar uma desajeitada palmada da bola para as suas próprias redes. Até ao intervalo o Sporting não conseguiu mostrar empolgamento, continuando a ser os visitantes, muito mais tranquilos, a controlar o jogo.

A 2ª parte começou muito mal, com o 1-2 por Juan Alvarez logo aos 47 minutos, cabeceando na pequena área na sequência dum canto de Francisco, sem a mínima oposição do guarda-redes ou defesas leoninos – um golo incrível em alta competição…

Este facto obrigava o Sporting a marcar mais duas vezes sem sofrer qualquer golo… A entrada de Futre, 3 minutos depois, teve o efeito quase imediato de espevitar os leões, mas ainda assim eram os homens do Sevilha que pareciam senhores da situação. Apesar de tudo, aos 62 minutos, Mário Jorge fez o empate numa jogada de insistência que obrigou Montero a errar. Mais ou menos a meio deste período complementar, com a notória subida do flanco esquerdo leonino mercê das boas atuações de Mário Jorge e Futre, o Sporting começou a mostrar que, afinal, nem tudo poderia estar perdido, mas mais uma contrariedade se abateu sobre o Alvalade com a saída forçada de Jordão a 9 minutos do fim.

No último minuto, com um remate algo enrolado e traiçoeiro, Oliveira fez um golo que “explodiu” o Estádio Alvalade e proporcionou aos leões um tão sofrido quanto merecido apuramento. Oliveira, Mário Jorge e Futre foram mesmo as grandes figuras da equipa leonina que não se conseguiu exibir a um nível convincente.

O presidente João Rocha estava feliz depois de tanto sofrimento: “Foi um jogo bem disputado no qual o Sevilha marcou um golo contra a corrente. Os jogadores do Sporting foram suficientemente humildes para nunca se sentirem derrotados, o que poderá constituir um bom sinal para o futuro. Sempre acreditei na vitória e não tenho preferência quanto ao próximo adversário na competição…”

Este foi o 95º jogo e a 39ª vitória do Sporting nas Competições Europeias de Futebol.

Foto: A imagem do 1º golo do Sporting.

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